Juíza nega liminar que obrigaria Odebrecht a pagar R$ 42 milhões de impostos por Itaquerão
Roberto Pereira de Souza
Do UOL, em São Paulo
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Danilo Verpa/Folhapress
Por Itaquerão, Corinthians deve R$ 12 mi em obras sociais, mas prefeitura emperra processo
A juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública, Laís Lang Amaral, negou nesta quarta-feira à tarde uma liminar que cobrava da empreiteira Odebrecht R$ 42 milhões por causa de isenções fiscais cedidas pela prefeitura de São Paulo para a construção do Itaquerão. O pedido de liminar foi feito pelo promotor Marcelo Milani e acompanha ação civil por improbidade administrativa contra o prefeito Gilberto Kassab, estabelecendo multa de R$ 1,74 bilhão contra todos os gestores da obra (o Corinthians, a prefeitura de São Paulo, o prefeito Kassab e a Odebrecht).
Em seu despacho, Lang Amaral pede que a prefeitura se manifeste no processo para garantir o direito de defesa de todos os envolvidos. A ação civil prossegue normalmente, mas sem a liminar pretendida pelo promotor do Patrimônio Público.
Pela liminar pedida, o promotor Marcelo Milani exigia o pagamento imediato de "impostos devidos" no valor de R$ 42 milhões (ISS). No bojo da ação civil, o promotor estipula multa de R$ 1,74 bilhão por "atos ilícitos contra a administração pública".
Milani se refere especificamente à concessão de incentivos fiscais para a realização da obra: começa pela emissão de títulos públicos (sem licitação) para ajudar no orçamento do Itaquerão e termina pela isenção de 5% do valor total, referente a imposto sobre serviço.
"A prefeitura não poderia ter concedido essa isenção fiscal sem exigir compensação orçamentária. O orçamento municipal não pode prescindir desse valor", explicou o promotor Milani.
A juíza não aceitou os termos do promotor, afirmando que incentivos fiscais estão sendo concedidos em várias cidades que vão sediar jogos da Copa 2014.
Obras no Itaquerão