![]() Além do favoritismo, Brasil e Argentina mostram nas questões de fora do campo |
Mais coisas unem Brasil e Argentina na Copa do Mundo além do fato de ambas as equipes figurarem no primeiro pelotão de favoritos. As duas seleções se identificam nas vésperas da competição por meio de decisões de preparação bastante semelhantes, principalmente em relação a estratégias fora de campo.
O principal traço que une as preparações de brasileiros e argentinos é a opção declarada por isolamento e privacidade de jogadores, sacrificando contato com torcida e imprensa.
No Brasil de Dunga, a opção por mais privacidade de trabalho tem sido arduamente defendida como um dos pontos obrigatórios para a concentração no torneio. O técnico e o seu grupo não se cansam de citar deslizes desta natureza como ingredientes do fracasso na Copa passada.
Assim, desde o início da preparação, nos dias em Curitiba, a seleção tem sido preservada. Cada breve contato com público e mídia tem sido calculado. A exposição é a menor dos últimos anos, com veto inclusive a transmissões ao vivo nos primeiros treinamentos.
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27 de maio, 2ª equipe a chegar | 29 de maio, 3ª equipe a chegar | |
Johanesburgo (província de Gauteng) | Pretória (província de Gauteng) | |
2 (Zimbábue e Tanzânia) | 1 (Canadá) | |
15.06, em Johanesburgo | 12.06, em Johanesburgo |
Na Argentina, que historicamente se fecha do mundo em grandes competições, a situação chega a ser mais rígida. No último sábado, a delegação chegou à África do Sul com forte esquema de segurança em torno dos jogadores.
Na porta da concentração, em Pretória, foi divulgado um comunicado em que era anunciada a proibição de acesso à imprensa e público até segunda ordem e que não existia cronograma de entrevistas definido. Na conclusão da nota, um pedido claro para que jornalistas evitem rondar a universidade onde Messi e companhia estão abrigados.
No contato com a imprensa, mais especificamente, o Brasil acabou seguindo um comportamento já tradicional na seleção argentina em relação a entrevistas de jogadores. Por enquanto, os jornalistas têm acesso aos atletas apenas em coletivas. A expectativa de interação individual, em modo de entrevista conhecido como zona mista, deve acontecer somente quando o protocolo da Fifa exigir, nas vésperas de jogos e após as partidas.
Brasileiros e argentinos também estão entre os primeiros na lista de delegações que chegaram mais cedo à África do Sul. A seleção desembarcou no país da Copa na última quinta-feira (27.05), enquanto que a seleção de Maradona se fez presente dois dias depois. Apenas a Austrália viajou antes. Ambos terão cerca de duas semanas de aclimatação na terra do Mundial.
Saindo do campo logístico, nas opções finais dos treinadores para a lista de convocados as potências sul-americanas aparecem também em caminhos paralelos. No Brasil, Dunga bateu o pé contra a pressão pelo chamado de Ronaldinho e optou por preterir o bom momento de Paulo Henrique Ganso. Por sua vez, na Argentina, Maradona ignorou o ídolo Riquelme e deixou de lado a fase destacada de Estebán Cambiasso na multicampeã Internazionale.
As similaridades pré-Copa chegam também ao modo com que as duas seleções lidam com o favoritismo. Uma sintonia de discurso vem unindo Brasil e Argentina nas declarações prévias ao Mundial, ao tratar a boa cotação internacional como armadilha. Maradona e Tevez chegaram a dizer que deixem a Espanha e Brasil como favoritos. No discurso dos brasileiros, em perguntas sobre favoritismo, a ênfase se transfere para a atenção com os jogos da primeira fase.
Uma outra coincidência se agrega a todos os tópicos acima: as duas seleções ainda decidiram finalizar suas respectivas preparações na mesma região da África do Sul, na província de Gauteng. O Brasil está baseado nos arredores de Johanesburgo, cidade quase vizinha de Pretória, onde a Argentina acaba de se instalar.
Por outro lado, a política de realização de amistosos de preparação foi diferente. Enquanto a Argentina preferiu fazer apenas um jogo, em casa, contra o Canadá, o Brasil de Dunga deixará a África do Sul duas vezes para testes no continente diante de Zimbábue e Tanzânia. Em comum, apenas a fragilidade dos adversários, fora do top 50 do ranking da Fifa - os canadenses são os melhores entre esses três times, no 63º lugar.
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