Mais direta e 'generosa', Colômbia supera Brasil em pontos e gols

Fernando Duarte

Do UOL, em Teresópolis

Se ao final da partida de sexta-feira, no Castelão, o retrospecto de Brasil e Colômbia na Copa do Mundo de 2014 será meramente resíduo estatístico, o desempenho dos adversários de Neymar & cia. na luta por uma vaga nas semifinais mostra um time mais direto e que usa da generosidade uma arma:  com metade dos chutes a gol que o Brasil dá e abrindo mão da posse de bola, a Colômbia pôs mais vezes a bola na rede e registrou 100% de aproveitamento em pontos nos quatro jogos que fez até agora.

De acordo com as medições da Fifa, as 32 seleções participantes do Mundial precisaram, em média, de 9,3 chutes na direção do gol para conseguir mexer no placar. Mas o time de James Rodriguez anotou 11 gols em 33, o que equivale a dizer que precisa de menos da metade das tentativas para chegar ao objetivo primordial do futebol. O Brasil, com 8 gols após 48 tentativas, tem índice de 8,8, isso apesar de ser o time com mais chutes a gol em todo o torneio - 70 contra 46 dos colombianos.

Os dois times, no entanto, apresentam percentual semelhante de acerto nos passes (74% para o Brasil e 72% para os colombianos), embora a equipe de Luiz Felipe Scolari tenha um total de 2102 passes contra 1700 dos vizinhos do norte. E o levantamento estatístico da Fifa mostra ainda que, pelo menos até o momento, a Colômbia também é mais econômica e eficiente na exploração dos cruzamentos: embora tenha cruzado a bola 45 vezes, bem menos que os 100 do Brasil, ela completou 33% das ações contra 27% do Brasil.

E o mapeamento das ações colombianas mostra que as jogadas pelo lado esquerdo da defesa adversária são as mais populares até agora – justamente o setor em que Marcelo e Hulk tanto tiveram problemas contra o Chile.

Diferentemente do time de Jorge Sampaoli, porém, a equipe de José Pekerman é mais generosa com a posse de bola: a Colômbia tem média de posse de bola de 47,5% e apenas em uma partida, o duelo sul-americano com o Uruguai pelas oitavas de final, o time teve mais domínio que o adversário – um dado surpreendente se levado em conta que Grécia, Costa do Marfim e Japão foram adversários colombianos na primeira fase.

Penetração parece ser mais importante que ritmo para Pekerman. No entanto, o estilo direto também deixa a Colômbia exposta. Ao mesmo tempo em que levou apenas dois gols nas quatro partidas, um a menos que o Brasil, os colombianos precisaram contar bem mais com seu goleiro, David Ospina, que teve de fazer 18 defesas até agora. O triplo do registrado por Júlio César, revigorado após a atuação contra o Chile -segura no tempo normal e excelente nos pênaltis.

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