Proximidade de abertura da Copa alavanca comércio informal em Cuiabá
Guilherme Costa
Do UOL, em Cuiabá
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Guilherme Costa/UOL
Chegada de turistas a Cuiabá para a Copa do Mundo alavanca comércio local
Antonio Tiago montou um estoque de produtos com a bandeira do Brasil e resolveu fazer dinheiro com a Copa do Mundo. Estacionou a perua branca na praça 8 de abril, região movimentada de Cuiabá, e se surpreendeu nos primeiros dias: não havia movimento. Nesta quinta-feira, horas antes da abertura da competição esportiva, a situação começou a mudar.
"Eu estava vendendo R$ 500 a R$ 600 por dia. Hoje começou a melhorar. Chegaram muitos turistas, e esse é o povo que compra mais as mercadorias", contou o vendedor. Nenhum dos produtos de Tiago é oficial.
"Tudo que for verde e amarelo vende. Os australianos querem lembranças e compram. Se tiver a bandeira do Brasil, então, melhor ainda", completou o vendedor. O produto mais caro do portfólio dele é uma bandeira para capô de carro. Cada unidade é comercializada a R$ 50.
Do outro lado da praça, o movimento também começou a melhorar na loja improvisada por Cláudio Júnior e o tio dele. Os dois também compraram produtos não oficiais e espalharam num carro.
A linha de Cláudio Júnior tem até uma réplica da camisa da seleção brasileira, vendida a R$ 70. A "loja" está aberta na praça 8 de abril há duas semanas, e vinha comercializando seis ou sete camisas por dia. Na manhã desta quinta-feira, vendeu 27.
"Melhorou muito. Hoje [quinta-feira] deu para perceber que a Copa vai começar", disse Júnior. O pedreiro José Paulo da Silva escolhia um modelo de camisa do Brasil na banca. "Estou em dúvida entre a amarela ou a azul", disse o comprador, que é de Pirituba e mora em Cuiabá há seis meses.
O incremento de movimento que foi registrado por Antonio Tiago e Cláudio Júnior é o grande foco de Castelúcio da Silva Ramos. Morador de Ji-Paraná, em Rondônia, ele saiu de casa de bicicleta, pedalou até Nova Lacerda e depois pegou um ônibus para Cuiabá. Trabalhou recolhendo latas no show do sertanejo Luan Santana para conseguir R$ 500 e investir tudo em produtos com a bandeira do Brasil.
"Cheguei a Cuiabá hoje [quinta-feira], às 4h30, e não tenho nem onde dormir. Preciso vender pelo menos R$ 500 para conseguir um dinheiro para ter onde ficar e o que comer", explicou o vendedor, que montou uma loja improvisada na própria bicicleta.
Nas últimas 24 horas, camisas do Brasil e produtos alusivos à seleção brasileira foram colocados nas vitrines de diferentes lojas em Cuiabá – até de estabelecimentos como lotéricas e casas de produtos religiosos, que têm pouco a ver com esporte.
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