Curitiba nem parece Brasil. Pelo menos é o que acha um jornalista espanhol

Do UOL, em São Paulo

10/06/201410h15

Arena da Baixada, estádio da Copa-2014

Com os jornalistas chegando ao Brasil para a Copa do Mundo, começaram a ser publicadas as primeiras impressões das cidades que receberão jogos do Mundial. E, para um jornalista espanhol que está hospedado no Paraná, a capital do estado, Curitiba, em nada lembra os estereótipos que o país carrega.

No Brasil pelo diário espanhol As, J.J. Campos publicou um artigo de opinião intitulado simplesmente "Curitiba não parece Brasil". Nele, o jornalista descreve o ambiente que a seleção espanhola vive, com um clima confortável e paz em relação aos protestos.

"Neblina, chuva, frio. Assim nos recebeu Curitiba. É certo que os responsáveis pela seleção (espanhola) conheciam de antemão esta área no Sul do Brasil. O problema é que aqui só jogaremos o último jogo da primeira fase e no resto das partidas encontraremos muito mais calor e umidade", diz ele.

"A sede da seleção é o contrário do estereótipo que temos deste país sul-americano. A maioria da população é de origem europeia. A taxa de desemprego, de quatro por cento, é metade do que vive o resto da população. O ambiente de protestos das outras sedes do Mundial pouco se aproxima desta tranquila cidade. O mesmo acontece com as famosas favelas, que em Curitiba são quase inexistentes. Se o que pretendíamos era ficar tranquilos e isolados do resto do Mundial, vamos conseguir, com certeza", acrescenta J.J. Campos.

O jornalista ainda comenta que a Espanha escolheu da mesma forma que o fez em 2010, quando venceu a Copa. Preferiu se isolar e optar por um clima que permitisse treinos que poupassem esforços exagerados, para que o foco seja na conquista do título.

O que diz a imprensa internacional

O melhor goleiro do Brasil está preso?
É isso que diz o jornal Mundo Deportivo, que fez uma matéria dizendo que o goleiro com mais potencial para ser titular da seleção brasileira é Bruno, ex-Flamengo, preso pela morte de Eliza Samudio. "Bruno tinha tudo e despontava para ser o goleiro titular na Copa. Mas o brutal assassinato de sua noiva o impedirá de voltar aos campos de futebol", diz o jornal. Foto: Bernardo Salce/Agência 17/Estadão Conteúdo
EUA vê 'catequização' de torcedores
O New York Times trouxe uma matéria sobre a mania do "football" nos EUA, que tem feito os próprios norte-americanos abandonarem o termo "soccer", que dá nome ao futebol por lá. A matéria ouviu torcedores que acompanharam o amistoso EUA x Nigéria e mostrou que há uma nova onda de fãs. O detalhe é que o futebol acaba gerando para essas pessoas algo culturalmente novo, da linguagem aos costumes. Foto: Mike Zarrilli/Getty Images
Alemães criticam Ronaldo
Um pedido de Ronaldo para que a torcida brasileira "seque" o atacante alemão Miroslav Klose pegou mal para a imprensa alemã. O diário Bild reagiu questionando: "Que atitude é essa?!". A matéria ainda diz: "certamente não é fácil quando se está em perigo de perder seu maior recorde. Mas o que a lenda brasileira está dizendo não tem nada de justo." Foto: Jorge Araujo/Folhapress
Tem político torcendo contra
A Business Insider destaca o cenário político brasileiro e o que a Copa causa nele. No artigo, mostra-se a perda da popularidade de Dilma, como efeito da inflação e dos protestos. No entanto, o cenário pode mudar caso o Brasil seja campeão. Por outro lado, a matéria explicita que parte dos políticos torce por uma derrota brasileira, esperando que o cenário de desânimo contamine o clima eleitoral Foto: Joel Rodrigues/ Folhapress
Copa de 2010 é alerta para o Brasil
A CNN analisa o que a Copa deixou na África do Sul e faz um alerta ao Brasil. Para a emissora, o Mundial levou atenção ao país africano, mas não resultou em melhoras econômicas. Os custos da Copa não se reverteram em benefícios à sociedade e o mesmo pode acontecer com o Brasil. "O Brasil luta contra a inflação e a bolha imobiliária. Enquanto o país aproveita o futebol, a oposição à Copa aumenta". Foto: Reuters