Luiz Felipe Scolari está tranquilo. Pelo menos durante as entrevistas que concede neste período de preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo. E nesta quinta-feira não foi diferente. Se dentro de campo o treinador esbraveja, dá broncas e cobra evolução defensiva do time, fora dele o comandante distribui piadas e mostra muita calma a uma semana da estreia no Mundial – dia 12, contra a Croácia, no Itaquerão.

Na coletiva desta quinta, o treinador não perdeu a paciência nem mesmo quando colocado contra a parede diante de perguntas mais complicas. Com bom humor e buscando sempre uma resposta mais informal, ele brincou com jornalistas e tentou deixar uma imagem de que não está nervoso neste período que antecede a Copa.

"Esse é o homem da mala. Fala, Tino [Marcos, repórter da TV Globo]. Um dia eu ainda contarei para vocês a história da mala", brincou Felipão. "É melhor não contar", respondeu o global, arrancando risadas do técnico e de alguns presentes.

Na sequência, o auxiliar Flávio Murtosa foi o alvo. O fiel escudeiro acompanhava a entrevista em uma cadeira ao lado do palanque montado para coletivas.

"O perfil do Murtosa é que está mudando. Está com uma moral aí do inferno. Pelo amor de Deus, esse baixinho está me dando prejuízo nas capas de jornais", contou, ao ser perguntado sobre seus companheiros de comissão técnica.

O tom descontraído seguiu ao cumprimentar um velho companheiro da imprensa gaúcha antes de uma pergunta. Depois, o comentarista da ESPN Brasil Paulo Vinícius Coelho também pôde sentir a leveza da entrevista.

"Ô, PVC, você aí. Que bom. E é bom aquele seu livro. Estou lendo. Tem umas coisas legais lá", disse, se referindo a uma das publicações esportivas do jornalista.

Segundo pessoas que acompanham o dia a dia da seleção na Granja Comary, este tipo de comportamento também tem sido verificado nos corredores da concentração. Para muitos, Felipão é o grande ponto de tranquilidade da equipe que entra pressionada pela conquista de uma Copa do Mundo em casa.

Durante a entrevista, Scolari já tinha ressaltado o ambiente leve na seleção. "Esse ambiente é muito sadio, um dos melhores que já vi em toda minha vida. Não vi isso em outros clubes e seleções", disse o técnico.

E Felipão só não esbanjou mais tranquilidade e simpatia por conta do horário apertado da seleção. Após 30 minutos de conversa com os jornalistas, ele deixou rapidamente o local de entrevistas e seguiu para o almoço. A delegação embarca na tarde desta quinta para São Paulo, onde encara a Sérvia na sexta-feira, no último amistoso antes da Copa do Mundo.