Felipão "engole" jogo em SP, mas tenta mudar relação com paulistas

Do UOL, em São Paulo

05/06/201412h12

Na próxima sexta-feira, a seleção brasileira realiza um amistoso contra a Sérvia em São Paulo, já em uma prévia da abertura da Copa do Mundo, que também acontece na capital paulista. E ciente das cobranças que normalmente a equipe nacional recebe na cidade, o técnico Luiz Felipe Scolari pediu apoio da população local, admitindo que o local não era a sua primeira escolha para a última partida antes da estreia no Mundial.

"O presidente [da CBF] Marin chegou para mim e perguntou se eu podia jogar em São Paulo e eu perguntei se não podia jogar em outro estado, ele disse que não, que queria que fosse em São Paulo por isso, isso e isso. Respondi: 'Então não precisa me perguntar nada presidente'. São Paulo também foi beneficiada [com a escolha], agora é hora de a gente receber também carinho da torcida aqui de São Paulo."

Agora, ele espera que o torcedor da maior cidade do Brasil mostre paciência e apoio a sua equipe em todos os momentos, tanto no jogo desta semana quanto no dia 12, quando a equipe abre sua participação no Mundial contra a Croácia.

"Precisamos estar conectados com o torcedor, sabendo que o torcedor é passional. Se não formos um grupo, do Brasil todos juntos, nunca vamos melhorar em nada. A torcida é importante, que ela dê o apoio, cite o nome de um jogador, de outro, para que eles se motivem dentro de campo. E contamos com isso lá em São Paulo. Sabemos que em São Paulo sempre tem alguma dificuldade. Mas sabemos que, mesmo que não jogarmos bem, mas com alguma vontade, organização, o torcedor vai entender", declarou o treinador em entrevista nesta quinta-feira na Granja Comary.

Com histórico bastante ligado ao Palmeiras, Felipão disse, no entanto, que tem uma relação muito boa com todas as torcidas e clubes de São Paulo e que acredita que já chegou a hora de a seleção não ter mais receio de jogar na cidade e da população também passar a apoiar mais a equipe nos seus jogos.

"Eu serei, claro, bem mais flexível a alguma situação que pode ocorrer de desconforto da nossa equipe. Sei que tenho um bom ambiente com todas as equipes de São Paulo, mesmo tendo trabalhado só no Palmeiras. Acho que temos que mudar essa situação de [receio de] jogar em São Paulo."

O técnico ainda disse que tem sentindo que o clima da Copa já está começando a pegar no país e lembrou o que viveu na Eurocopa em que dirigiu Portugal em casa. Ele apontou que isso deixa o ainda melhor do que teve em 2002, quando levou o Brasil ao penta na Coreia do Sul e no Japão.

"Vocês têm visto todas as nossas entrevistas, estamos juntos. E nas ruas, quando passamos pelos lugares, tem sido muito bonito. É muito parecido com o que vivi em Portugal. Espetacular. O outro Mundial que fui, foi no Japão. Agora, aqui, é lindo. Vemos as ruas, bandeiras. Acho que já estamos vivendo o clima da Copa", concluiu.