Hondurenho que fez Brasil dar vexame em 2001 crê em nova vitória

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Miami (EUA)

  • REUTERS/Juan Carlos Ulate

    Hondurenho Saul Martinez comemora ao marcar um de seus dois gols na vitória de sua seleção em 2001

    Hondurenho Saul Martinez comemora ao marcar um de seus dois gols na vitória de sua seleção em 2001

Há 12 anos, o Brasil, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, vivia um dos maiores vexames de sua história. Nas quartas de final da Copa América, a seleção levou 2 a 0 e foi eliminada de forma inesperada. Herói daquela partida histórica, o atacante Saul Martinez diz lembrar até hoje da sensação que teve ao marcar dois gols no confronto, e crê em nova vitória neste sábado.

"Na verdade, no futebol nada é impossível. Eles têm a oportunidade e creio que, se estiverem com muita gana, podem vencer também. São os mesmos que jogaram com a seleção olímpica. Fizeram um bom jogo daquela vez", disse Saul Martinez.

O ex-atacante hondurenho hoje vive justamente em Miami, cidade que será palco do amistoso do próximo sábado, às 22h30 (horário de Brasília). Hoje, a seleção da América Central está no mapa do futebol, classificada para a Copa do ano que vem. Em 2001, no entanto, a situação era bem diferente.

Naquele ano, a Copa América foi disputada na Colômbia, e a ameaça de violência por conta do narcotráfico fez a Argentina cancelar sua participação. Em cima da hora, o time de Honduras foi chamado para compor o torneio. Na semifinal, Saul Martinez aproveitou os espaços deixados por uma equipe totalmente desorganizada e marcou os dois gols de seu país naquela vitória por 2 a 0.

"Aquele time tinha Jardel, Belletti, Juninho Pernambucano, Emerson. É uma recordação bonita. Ter ganhado do Brasil e depois ver aquele time ganhar a Copa foi uma sensação bonita. Esses momentos te deixam muito alegre. Nós em Honduras apoiamos o Brasil no Mundial", disse Saul Martinez.

Depois do feito histórico, Honduras caiu na semifinal diante dos donos da casa, mas a competição mudou a vida dos jogadores. "Eu joguei muito bem. A partida fez toda a seleção ficar mais conhecida. Fui para o Uruguai jogar por um tempo. Depois, fui participar de um torneio em Hong Kong e por aí fiquei na China. Aí passei uma temporada no Japão e depois regressei a Honduras", disse Saul, que hoje espera o convite de algum em Miami para seguir atuando.

Para o Brasil, a derrota para Honduras também foi importante. O vexame balançou as estruturas da seleção, que dali em diante daria uma arrancada nas Eliminatórias até a conquista do Mundial na Coreia do Sul e no Japão. Foi a pior experiência de Felipão na seleção, ainda que ele não tivesse sentido o baque tão de perto.

DERROTA TEVE BRASILEIROS COMO GUILHERME E JUNINHO EM CAMPO

Expulso na partida anterior, o treinador teve de ver o jogo das cabines do estádio em Manizales. Flávio Murtosa, seu auxiliar, aproveitou uma falha da organização e comandou o time escondido no banco de reservas.

"Aquela é uma partida muito importante para o futebol de Honduras. É como um tesouro, um troféu do qual a gente às vezes pode se lembrar. Esse jogo mudou a forma de pensar do torcedor hondurenho, dos dirigentes, até mesmo dos jogadores", disse Gerson Gomez, repórter do jornal hondurenho "El Heraldo".

Hoje, depois de uma "revolução silenciosa", o time tem outro status. No ano passado, como lembrou Saul Martinez, a seleção olímpica de Neymar e companhia encarou Honduras nas quartas do torneio em Londres, e suou para fazer 3 a 2 e avançar. Aquela mesma geração garantiu vaga na Copa do Mundo, e pode assustar o Brasil neste sábado.

"Até setembro de 2013, esse 2 a 0 sobre o Brasil foi o resultado mais importante do futebol hondurenho. Agora é o triunfo de 2 a 1 contra o México [que garantiu a vaga para 2014]", disse Gomez. 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos