Governador se reúne com manifestantes e reduz barreira da PM em ato

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Flávio Florido/UOL

    Carros da Força Nacional estacionados na lateral do Mineirão, em Belo Horizonte, nesta terça-feira (25)

    Carros da Força Nacional estacionados na lateral do Mineirão, em Belo Horizonte, nesta terça-feira (25)

Após quase três horas de reunião com membros do Comitê de Atingidos pela Copa, um dos articuladores das passeatas em Belo Horizonte, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, anunciou sete encaminhamentos com o objetivo de controlar o impacto do protesto marcado para esta quarta. Entre as medidas anunciadas está a retirada de uma das barreiras humanas da Polícia Militar e uma comissão mista para acompanhamento de eventuais excessos durante o ato, que acontecerá antes do jogo entre Brasil e Uruguai, pela semifinal da Copa das Confederações.

"A barreira física continuará existindo, mas vai ser menos ostensiva. O contingente policial vai ficar mais afastado da grade que vai conter a manifestação", disse Anastasia, em rápido pronunciamento.

Na prática, a medida significa que, no acesso ao estádio pela avenida Abrahão Caram, os manifestantes encontrarão apenas grades para separá-los do perímetro definido pela Fifa. Os policiais militares escalados para a região permanecerão a uma distância razoável, em uma tentativa de evitar que o confronto visto no último sábado se repita.

"A violência não é responsabilidade do movimento. Foram centenas de bombas em uma hora de embate. Foi um massacre. Mesmo que alguém tivesse atirado uma pedra na polícia, não faria sentido. Não foi uma repressão direcionada, foi desmedida", disse Leonardo Péricles, um dos dez integrantes do Comitê que compareceram à reunião no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro.

Os manifestantes entendem que a presença ostensiva da polícia acirra os ânimos e que é a repressão violenta que ocasiona os atos de vandalismo. O poder público, por sua vez, culpa os protestantes pelo início das confusões, e fala em reação às provocações. Para tentar resolver a questão, governador e Comitê concordaram em criar uma comissão de acompanhamento do ato.

O grupo será formado por um membro da Polícia Militar e um representante dos movimentos sociais. Os dois acompanharão todo o ato, identificando eventuais excessos dos dois lados.

Além disso, manifestantes e governador assumiram compromissos diante dos jornalistas. O Comitê reforçou o caráter pacífico da manifestação, enquanto Anastasia garantiu o exercício da livre manifestação e a segurança de quem estiver nas ruas nesta quarta.

Na próxima quinta, um dia depois do ato antes da semifinal, o Comitê e outros movimentos sociais devem se reunir em assembleia aberta para formular pautas de reivindicação, que serão discutidas em uma nova reunião com o governador, em data ainda a ser definida. Na última segunda, a mesma assembleia tomou quatro pontos como reivindicações principais, como noticiou o UOL Esporte.

Além do pedido de passe livre, principal reivindicação das manifestações que tomaram o país nas últimas semanas, os protestantes belo-horizontinos pediram adequação salarial aos professores da rede estadual, revogação da Lei Geral da Copa e desmilitarização da polícia. Todos os temas foram citados pelos membros do Comitê nesta terça, mas a pauta fechada só será divulgada depois do ato desta quarta. 

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