Somos um pouco brasileiros no sangue, diz atacante do Taiti
Do UOL, em São Paulo
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Julio Cesar Guimaraes/UOL
Jogadores do Taiti são ovacionados pela torcida no Maracanã após derrota para a Espanha
Nenhum jogador do Taiti imaginava encontrar um apoio tão grande dos torcedores brasileiros na Copa das Confederações. Enquanto tentam compreender tamanha torcida a seu favor, os taitianos veem semelhanças entre o estilo de vida e até mesmo na forma como enxergam o futebol.
Marama Vahirua, único jogador profissional do grupo taitiano, encontrou muitas semelhanças entre os polinésios e os brasileiros. Apesar dos quase cinco mil quilômetros que separam o Taiti do Brasil, o jogador reconheceu alguns traços bem parecidos entre as duas culturas – dentro e fora de campo.
"Sem dúvida, os brasileiros têm o mesmo espírito tranquilo, o lado festivo e a abordagem positiva do futebol e do futebol de areia como nós temos. Sempre procuramos ir para a frente sem fechar o jogo. Acho que isso foi notado de forma positiva. Somos um pouco brasileiros no sangue", afirmou o atacante.
O lateral Vincent Simon também se encantou com a forma como os taitianos têm sido tratados pelos brasileiros. "Sentir esse apoio do público aquece nossos corações. O calor com o qual fomos recebidos é realmente incrível. Estávamos prevenidos, mas tudo isto é ainda melhor do que imaginávamos", disse.
Os brasileiros 'adotaram' o Taiti muito por conta da fragilidade da equipe e do espírito de torcer para o mais fraco. Isso explica, por exemplo, a inspiração da torcida do Íbis (que se diz o pior time do mundo) para criar a 'Taitíbis'. A simpatia dos jogadores, porém, teve contribuição decisiva para que o time 'ganhasse o coração' dos torcedores, como ressaltou o técnico Eddy Etaeta. Tamanho incentivo intriga Simon.
"Não entendo este apoio. Todos nós nos perguntamos o que está acontecendo. Estamos um pouco assombrados. É incrível ter algo assim sendo uma equipe de desconhecidos. Às vezes temos a impressão de que não merecemos tudo isso. Ouvir todo o estádio nos apoiando após uma derrota é surreal", comentou, lembrando a goleada de 10 a 0 da Espanha no Maracanã.
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