Custo oficial da Copa sobe 10% e vai até R$ 28 bilhões
Rodrigo Mattos
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Vinícius Segalla/UOL
Manifestante carrega cartaz contrário à realização da Copa do Mundo, em Belo Horizonte
O custo oficial da Copa-2014 subiu 9,7% e já atingiu em torno de R$ 28 bilhões. A informação é do secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, que explicou que a revisão do número oficial será feita após a Copa das Confederações. Na última atualização, em abril de 2013, o balanço oficial apontava R$ 25,520 bilhões.
O UOL Esporte já tinha demonstrado que esse número de abril iria subir porque o governo federal ainda não incluíra aumentos nos orçamentos do Maracanã e no Estádio de Brasília, instalações provisórias, entre outros itens. Agora, Luis Fernandes confirmou que, com a atualização no momento, esses valores giram torno de R$ 28 bilhões. Mas o número preciso será sabido ao final da competição quando for feita a revisão da matriz de responsabilidades do governo federal, que inclui todas as obras da Copa.
Não foram especificados ainda pelo ministério todos os itens que levaram à majoração do gastos com o Mundial. Esse valor ainda está abaixo da previsão do governo federal de usar R$ 33 bilhões na organização do Mundial.
Por isso, uma nota do Ministério do Esporte afirmou que não houve aumento no orçamento da Copa: chamou o novo número de evolução de investimentos. "A informação dada pelo secretário executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, foi de que os investimentos atualmente estão na casa de R$ 28 bilhões, dentro do teto estimado em R$ 33 bilhões, até 2014. Não houve, portanto, aumento de orçamento, e sim evolução nos investimentos, conforme o planejamento estabelecido pelo governo", diz a nota.
Os custos com o Mundial têm sido um dos pontos de críticas dos protestos que tomaram as ruas das capitais brasileiras e reuniram 250 mil pessoas nesta segunda-feira. O representante do Ministério defendeu os recursos usados na competição porque entende que eles se revertem em desenolvimento para o país. Até disse que também terão impacto em saúde e educação, áreas que os manifestantes reivindicam que tenha mais dinheiro, em detrimento da competição.
"Não há contradição entre os investimentos sociais e os investimentos que estamos fazendo para a Copa do Mundo. É muito mais fácil negociar recursos para ciência, tecnologia e educação com a Copa. A facilidade que temos para estruturar programas de educação é única. Ou aproveitamos ou perdemos. É uma oportunidade histórica", afirmou Fernandes. "Há apoio disseminado na população brasileira pela Copa do Mundo. Não há disseminada oposição à Copa. Há setores que estão desinformados sobre a Copa. A Copa é uma oportunidade para investimento. São investimentos em infraestrutura e em seviços para melhorar a vida dos brasileiros."
Questionado sobre os benefícios em mobilidade urbana, o representante do Ministério ressaltou que o total gira para essa área gira em torno de R$ 9 bilhões. Esse valor, que já foi de R$ 11 bilhões, caiu no último ano com a exclusão de grandes projetos em Manaus e São Paulo, entre outras cidades-sedes, em um total de R$ 4 bilhões. Em troca, foram colocados na lista da Copa obras no entorno dos estádios e pequenas interveções de mobilidade urbana.
Fernandes ressaltou, porém, que "exemplos concretos" de benefícios à população com a melhoria nos transportes. Entre eles, o representante do Ministério lembrou do BRT (corredor de ônibus) no Rio de Janeiro e o metrô de Recife, que atinge área não atendida pela população.
O representante do Ministério não vê problemas nos manifestos nas ruas, ressaltando que demonstram a característica democrática do país. "É um país democrático. Em um país democrático, todos têm direito de manifestar a ideia de que cada um dentro do direito constitucional. E, quando demonstrado de forma pacífica, é em ponto positivo. A demonstração tem direito de ter paz, mas quem quiser ir ao estádio tem direito com segurança e segurança", observou.
Ele criticou, no entanto, a depredação do prédio da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), que classificou como símbolo da democracia por ter sido casa das primeiras constiuições do país.
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