O primeiro dia da Copa das Confederações foi marcado por atrasos, desinformação e filas para retirada de ingressos. No Rio de Janeiro, única cidade-sede que tem mais de um posto para entrega de bilhetes do torneio, o esquema de emergência montado pela Fifa para a distribuição das entradas apresentou falhas e, mais uma vez, quem tentou retirar seu ingresso esperou até duas horas na fila.

Neste sábado, véspera do jogo entre Itália e México no Maracanã, muitos estrangeiros e turistas de outras partes do país chegaram à capital fluminense para acompanhar a Copa das Confederações. Por isso, o posto de retirada de ingressos instalado no Aeroporto Internacional do Galeão foi o que recebeu mais torcedores durante a manhã.

No aeroporto, às 7h, pessoas já aguardavam para retirar seu ingresso. A Fifa havia prometido atendimento justamente às 7h. Lucas Randi e Rafael Calegari, que estavam no Galeão neste horário, entretanto, relataram que a distribuição dos ingressos só começou pelo menos meia hora depois do que havia sido anunciado.

O atraso na abertura dos postos de retirada de ingressos gerou as primeiras filas. Já no início da manhã, quando os primeiros voos internacionais pousaram no Rio, torcedores que vieram de fora foram obrigados a esperar até duas horas para conseguir coletar o bilhete comprado meses atrás.

Alejandro Navarrete, por exemplo, veio do México. Desembarcou no Brasil às 8h e entrou na fila antes das 9h30, junto com seus colegas também mexicanos. Às 11h30, ele ainda aguardava um de seus amigos, que teve problemas para retirar o bilhete comprado pela internet, do México.

"Eu esperei uma hora e meia na fila, mas ainda estou aqui porque os funcionários não conseguiram localizar o ingresso do meu amigo", afirmou ele. "Isso aqui é horrível. Nunca imaginei que sairia do México para ter que enfrentar uma fila dessas, com um atendimento desses. Aqui, ninguém sabe de nada."

Para Alejandro, seria muito melhor se a Fifa tivesse disponibilizado um sistema de entrega de ingressos também no México. Estrangeiro, ele diz que não se sente muito seguro ao ter que embarcar para outro país para assistir a um jogo de futebol sem sequer ter o ingresso em mãos.

O pedido para criação de formas alternativas de distribuição de ingressos não é só de estrangeiros. Murilo Resende é empresário e vive em São José dos Campos (SP). Veio ao Rio para assistir a partida entre Itália e México, no Maracanã. Encarou duas horas de fila no Galeão para retirar sua entrada e reclamou.

"Tem tantas formas de entregar um ingresso: correio, e-mail, por cartão de crédito, etc. A Fifa não usa nenhuma e não abre postos de entrega em uma cidade como São Paulo? É ruim", disse ele.

Outras queixas

No posto de retirada de ingressos da Barra da Tijuca, a cobrança de R$ 5 de estacionamento foi também foi tema de reclamação. O posto fica na Cidade das Artes, local de acesso complicado. A maioria das pessoas que vai retirar seu ingresso no local usa carro. No entanto, quando chega lá, é avisado que precisará pagar R$ 5 para poder parar e esperar na fila pela sua entrada.

Apesar da taxa, a fila para retirada de ingressos era pequena neste sábado. No posto de atendimento montado na avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, havia filas, porém menores do que em dias anteriores.

Neste sábado, muitos torcedores foram até o Aeroporto Santos Dumont em busca de ingressos, de acordo com funcionários da Infraero. A Fifa chegou a dizer que cogitava abrir um posto de retirada de ingressos no local. Isso ainda não aconteceu e quem foi até lá acabou se decepcionando.