Mesmo em Paris, Thiago Silva sente vaias a Neymar e critica torcida mineira

Fernando Duarte

Do UOL, em Paris (França)

  • REUTERS/Nigel Roddis

    Thiago Silva saiu em defesa do amigo Neymar, criticado durante amistoso contra o Chile no Mineirão

    Thiago Silva saiu em defesa do amigo Neymar, criticado durante amistoso contra o Chile no Mineirão

Embora não tenha entrado em campo pela seleção brasileira no empate em 2 a 2 com o Chile, em Belo Horizonte, na última quarta-feira, o zagueiro Thiago Silva diz ter se sentido atingido pelas vaias destinadas à equipe que jogou no Mineirão.

Em entrevista ao UOL Esporte no centro de treinamento do Paris Saint-Germain, nos arredores da capital francesa, o capitão da seleção criticou a postura dos torcedores, em especial os ataques a Neymar.

"É muito triste que um dos maiores jogadores do futebol brasileiro nos últimos tempos seja vaiado e chamado de pipoqueiro por nossa própria torcida. Isso me deixa muito chateado, pois sei bem o como é difícil para um jogador chegar até a seleção'', afirmou o zagueiro, que não participou do amistoso, para o qual Luiz Felipe Scolari convocou apenas jogadores atuando no Brasil.

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Em sua mais recente partida pela seleção, o empate em 1 a 1 com a Rússia em Londres, Thiago pedira aos torcedores um pouco mais de paciência com o time durante os jogos em casa, sugerindo até que as vaias fossem guardadas para o final das partidas. Ainda que mantivesse o tom diplomático, o jogador não escondeu seu desconforto com as cenas de Belo Horizonte e disse que vai conversar com Neymar sobre o ocorrido.

"Estou deixando ele esfriar a cabeça para a gente poder conversar com mais calma, mas vou tentar tranquilizá-lo. O Neymar, assim como todos os jogadores que vestem a camisa da seleção, estão tentando fazer o seu melhor. O torcedor precisa entender um pouco mais isso. Nem todo jogador reage bem às vaias, tem gente que pega as coisas de um jeito diferente", explicou o zagueiro, que tem no atacante do Santos um dos seus melhores amigos no grupo.

Thiago, que também veste a braçadeira de capitão do Paris St. Germain, criticou também a "contaminação" de um jogo da seleção pelas rivalidades locais mineiras. Numa alusão às vaias recebidas pelos colegas de posição Réver e Dedé, que atuam por Atlético-MG e Cruzeiro, respectivamente, o zagueiro se disse incrédulo com as manifestações.

''Não entendo a gente jogar no Mineirão e ver torcedor de uma equipe vaiando jogador de um clube adversário. Os jogadores estavam defendendo a seleção brasileira, não um clube ou outro", afirma.

"Sei que o torcedor não tem muitas chances de ver a seleção jogar e por isso quer ver o time vencer, qualquer que seja a escalação. Mas volto a dizer que é muito triste quando a gente joga ouvindo nosso povo vaiando. As pessoas precisam entender isso", finaliza.

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