Carisma de Felipão contorna saia justa de evento que começou sem técnico da CBF

Bruno Freitas, Paulo Passos, Ricardo Perrone e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • REUTERS/Paulo Whitaker

    Scolari em momento de descontração com o técnico da Itália Cesare Prandelli em São Paulo

    Scolari em momento de descontração com o técnico da Itália Cesare Prandelli em São Paulo

Uma semana oficial de eventos Fifa que começou com ameaça de prejuízo à imagem da CBF e da organização do Mundial acabou recuperada pelo carisma de Luiz Felipe Scolari. Mesmo com o ar de improviso em alguns instantes, o novo técnico da seleção ingressou no meio do cronograma de eventos da Copa das Confederações e evitou a saia justa que poderia ter sido o país anfitrião do torneio sem um representante, esfriando o momento de caos na CBF.

Anunciado oficialmente pela entidade apenas na manhã de quinta-feira (um dia após a saída do diretor Andrés Sanchez), Felipão perdeu parte da agenda de atividades em São Paulo. No desfecho do evento, após o sorteio dos grupos da Copa das Confederações, o treinador ainda admitiu que não sabia quase nada a respeito dos adversários da primeira fase. Mesmo assim, com carisma em suas aparições, salvou a imagem dos donos da casa.

"Eu ainda nem montei minha comissão técnica. Fui chamado para ser o técnico faz três dias, não dá ainda para conhecer os adversários. É algo que a gente vai começar a fazer agora, eu e o Parreira", declarou Felipão com simpatia a um jornalista estrangeiro, com menção ao colega coordenador técnico, também anunciado nesta semana.

Na entrevista coletiva deste sábado, Felipão inspirou uma atitude quase de reverência dos colegas de mesa, técnicos das seleções adversárias. Entre tapinhas nas costas e sorrisos, Cesare Prandelli (Itália), Alberto Zaccheroni (Japão) e José Manuel de la Torre (México) mostraram contentamento em dividir a cena com um campeão do mundo.

Minutos antes, Felipão já ganhara palavras carinhosas da presidente Dilma Rousseff em seu discurso oficial no evento do sorteio, em comentário seguido de aplausos. O veterano foi tratado como "um dos cinco técnicos responsáveis pelos títulos da seleção".

Ao demitir Mano Menezes na última semana, a cúpula da CBF inicialmente prometeu recrutar um substituto somente em janeiro de 2013. Desta forma, decidia passar pelo sorteio da Copa das Confederações, com visitantes internacionais no país, sem um representante oficial, já que o evento incluía protocolos a serem cumpridos pelos treinadores das seleções participantes.

No entanto, o presidente da CBF anunciou que a decisão fora revista na quarta-feira, já com o cronograma da Fifa em andamento em São Paulo. José Maria Marin teria lidado com pressão da entidade para apressar a escolha do novo técnico, para evitar o constrangimento no sorteio. Durante a semana, pelo menos oficialmente, o secretário-geral da entidade Jérome Valcke negou qualquer tipo de interferência da federação internacional neste processo de transição.  

Ainda na quinta-feira, Felipão não participou de um encontro fechado entre os técnicos das seleções participantes da Copa das Confederações, realizado em um hotel de São Paulo. Também não esteve em um jantar de confraternização do evento da Fifa, na noite do mesmo dia, em um buffet da cidade.

O campeão do mundo de 2002 deu as caras no evento da Fifa em São Paulo apenas na sexta-feira, participando da entrevista coletiva oficial dos técnicos. No sábado, assistiu ao sorteio no Anhembi ladeado de Parreira, seu novo companheiro no comando da seleção.

Após participar do evento da Copa das Confederações, Felipão receberá uma homenagem em Porto Alegre na terça-feira, quando será nomeado embaixador da cidade na Copa do Mundo de 2014. 

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