40,6% das obras da Copa do Mundo de 2014 ainda não começaram, segundo governo federal

Do UOL, em Brasília e no Rio de Janeiro

  • Lula Marques/Folhapress

    Construção do Estádio Nacional de Brasília é uma das mais adiantadas da Copa de 2014

    Construção do Estádio Nacional de Brasília é uma das mais adiantadas da Copa de 2014

Quatro de cada dez obras previstas para a Copa do Mundo ainda não foram iniciadas. Faltando 750 dias para o início do Mundial de 2014, dos 101 empreendimentos previstos para a preparação do país, 41 nem começaram a sair do papel. Ou seja, 40,6% do que é necessário para a realização da Copa não começou a ser feito.

Dessas obras, nove foram contratadas, mas não iniciadas; 17 estão em licitação; e 15 só no projeto. Das 101 obras previstas, 55 estão em andamento e cinco foram concluídas.

A área de mobilidade urbana é a que tem mais obras paradas. Das 51 previstas, só 28 (55%) começaram. O restante (45%) ainda não foi sequer iniciado. 

No caso dos aeroportos, o andamento das obras é um pouco melhor. Das 31 obras previstas, 60% foram iniciadas. Já entre os portos, quatro das sete obras programadas já começaram a sair do papel.

Todos esses dados constam do terceiro balanço das obras para a Copa do Mundo de 2014, divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Esporte. O evento reuniu, além do ministro Aldo Rebelo, os ministros do Planejamento, Miriam Belchior; das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; da Secretaria Especial de Aviação Civil, Wagner Bittencourt; e da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino. Todos estão envolvidos com a Copa.

Apesar do grande número de obras ainda paradas, o ministro Rebelo se mostrou confiante quanto à preparação do Brasil para o Mundial. Segundo ele, o início de cada empreendimento demanda uma série de exigências legais e isso toma tempo. Entretanto, Aldo disse que esse tempo já foi contabilizado nos projetos. Portanto, o cronograma está adequado aos prazos.

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De acordo com estimativas divulgadas nesta terça-feira, 85% das obras para a Copa serão entregues até o final de 2013. Das 101 obras para a Copa, 17 devem ficar mesmo para 2014.

Sobre os 12 estádios, Rebelo disse que eles estão "dentro do cronograma e em tempo". O ministro garantiu, inclusive, que seis serão entregues dentro do prazo para serem sede da Copa das Confederações do ano que vem, incluindo as arenas de Salvador e de Recife. 

"Serão seis", ratificou o ministro. Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza já estão garantidas na competição teste da Copa do Mundo de 2014. Os governos da Bahia e de Pernambuco querem entregar suas arenas antes de junho do ano que vem para também abrigarem a competição, mas o atraso no início das obras nesses lugares gera dúvidas.

Blatter

O ministro Rebelo ainda aproveitou a divulgação do balanço das obras para responder às novas críticas do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Ele afirmou que o dirigente pode ter sido contaminado pelo pessimismo histórico dos brasileiros ao criticar o andamento das obras para a Copa. O entrevero é o mais recente de uma série entre a entidade e o Palácio do Planalto.

"O pessimismo e o otimismo acompanham a evolução do país. Pode contaminar dirigentes estrangeiros como Joseph Blatter, que está muito longe", disse Aldo durante o evento de divulgação do andamento das obras da Copa. "Temos sempre aqueles que vem o lado dos problemas e aqueles que acham que navegar é preciso, apesar de tudo. No futebol também."

Na terça-feira,  Blatter retomou a campanha de cobrança às autoridades brasileiras. Afirmou que "a sexta maior economia do mundo tem ativos e sabe o que precisa fazer, mas não está fazendo o trabalho em tempo". A entidade esportiva e o governo se digladiam nos bastidores por conta das exigências para a realização do mundial de futebol no Brasil.

Rebelo minimizou a nova cobrança. "Todos os impasses de natureza técnica foram superados", retrucou Aldo, que citou "o debate cultural" sobre a "fracassomania" no Brasil.

 

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