Ministro do Esporte diz que pessimismo contamina presidente da Fifa

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

  • AFP PHOTO/ FABRICE COFFRINI

    Aldo Rebelo e Joseph Blatter na última reunião entre Fifa e governo em Zurique, Suíça

    Aldo Rebelo e Joseph Blatter na última reunião entre Fifa e governo em Zurique, Suíça

Em resposta ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira (22) que o dirigente esportivo pode ter sido contaminado pelo pessimismo histórico dos brasileiros ao criticar o andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014. O entrevero é o mais recente de uma série entre a entidade e o Palácio do Planalto.

"O pessimismo e o otimismo acompanham a evolução do país. Pode contaminar dirigentes estrangeiros como Joseph Blatter, que está muito longe", disse Aldo no terceiro balanço sobre obras da Copa. "Temos sempre aqueles que vem o lado dos problemas e aqueles que acham que navegar é preciso, apesar de tudo. No futebol também."

Na terça-feira (23),  Blatter retomou a campanha de cobrança às autoridades brasileiras. Afirmou que "a sexta maior economia do mundo tem ativos e sabe o que precisa fazer, mas não está fazendo o trabalho em tempo". A entidade esportiva e o governo se digladiam nos bastidores por conta das exigências para a realização do mundial de futebol no Brasil.  Aldo minimizou a nova cobrança. "Todos os impasses de natureza técnica foram superados", retrucou Aldo, que citou "o debate cultural" sobre a "fracassomania" no Brasil.

"O Brasil tem um desafio muito importante para ficar discutindo publicamente com dirigentes responsáveis pela organização da Copa ou de outro evento qualquer. O Brasil é democrático, estamos abertos a receber críticas dos nacionais e dos estrangeiros. Não somos os donos da verdade nem temos a pretensão da perfeição", afirmou o ministro.

Quatro de cada dez obras previstas para a Copa do Mundo ainda não começaram. Faltando 750 dias para o início do Mundial de 2014, dos 101 empreendimentos previstos para a preparação do país, 41 nem começaram a sair do papel. Ou seja, 40,6% do que é necessário para a realização da Copa não começou a ser feito.

Dessas obras, nove foram contratadas, mas não iniciadas; 17 estão em licitação; e 15 só no projeto. Das 101 obras previstas, 55 estão em andamento e cinco foram concluídas. A área de mobilidade urbana é a que tem mais obras paradas.

Das 51 previstas nessa área, 28 (55%) começaram. O restante (45%) ainda foi iniciado. Mesmo assim, o governo espera que 80% de todas as intervenções previstas sejam entregues até o final de 2013. Apesar disso, os membros do governo dizem ter garantias de que as obras serão entregues no prazo.

Joseph Blatter
Joseph Blatter

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