11/07/2010 - 05h01

Holanda vira 'Alemanha de laranja' e tenta repetir êxito dos tricampeões

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

Alemanha e Holanda já fizeram final de Copa do Mundo e semifinal de Eurocopa. São seleções de tradição no futebol. Os alemães, contudo, foram mais eficientes ao longo da história e ostentam três títulos mundiais, o último deles vencido sem brilho, em 1990. Agora as equipes trocaram de papéis. A Holanda não encanta como antes, mas acumula na África do Sul os resultados que faltaram à Alemanha depois de goleadas impressionantes.

O time de Sneijder, Robben e companhia tenta às 15h30 (de Brasília) deste domingo, diante da Espanha, o resultado mais importante de sua história na grande decisão da Copa. Para alcançar o título inédito no Soccer City, aposta na segurança defensiva e nos contra-ataques mortais que a conduziram até a final.

A Holanda deixou no passado a inspiração de times como a Laranja Mecânica de Cruyff nos anos 70 ou a geração de Van Basten e Gullit na década de 80. Preferiu adotar o futebol de resultado tão bem aproveitado pelos alemães anos atrás.

No mata-mata, a equipe do técnico Bert van Marwijk sofreu para ganhar da Eslováquia (2 a 1), bateu o Brasil de virada com dois gols em bolas cruzadas (2 a 1) e tomou um susto no fim contra o Uruguai nas semifinais, mas triunfou por 3 a 2. Não foi brilhante esteticamente em nenhuma partida, mas avançou com méritos.

“Prefiro jogar uma partida extremamente feia e vencer do que jogar bonito e perder”, resumiu Robben, principal astro da Holanda e destaque neste Mundial ao lado do meia Sneijder. "Não estamos pensando nos objetivos não alcançados do passado. Queremos ganhar a final, só isso conta. Não estamos olhando para a história", reforçou o técnico Bert van Marwijk.

A Alemanha, por sua vez, aplicou três goleadas nesta Copa. Duas foram na segunda fase contra potências: 4 a 1 na Inglaterra e 4 a 0 sobre a Argentina. O time se tornou uma sensação na África do Sul, arrancou elogios, mas caiu nas semifinais diante da Espanha. O futebol que encheu os olhos de muita gente nos jogos anteriores não foi para frente.

Guus Hiddink, técnico da Holanda na Copa de 1998, viu relação direta nas performances do time de seu país e da Alemanha. “Os holandeses ficaram um pouco alemães. A Holanda nem sempre é brilhante. Eu gostaria de mais jogo, mais pressão, mas o que eles estão conseguindo é extraordinário”, disse ele ao jornal Algemeen Dagblad.

“O jogo da Holanda não é atraente, é efetivo. A equipe aposta nos caprichos de Sneijder e Robben. Brincamos que nós viramos alemães e os alemães viraram holandeses. A Alemanha fez grandes jogos, mas ficou de mãos vazias”, disse o jornalista holandês Daan Dekker ao diário espanhol Marca. “Somos os alemães alaranjados.”

Para tanto, a Holanda ainda precisar dar o último passo e o mais importante deles: vencer a Espanha na final. Do contrário, o time laranja terá trocado o futebol bonito pelo futebol de resultados insuficientes, chegando ao terceiro vice-campeonato mundial e seguindo sem o título de campeão.

Compartilhe:

    Siga UOL Copa do Mundo

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host