Quebra de tradição falha novamente e ingleses esperam novo técnico caseiro

A tradição inglesa de contar com treinadores ingleses em Copas do Mundo foi quebrada nas últimas três edições pela Associação Inglesa de Futebol (FA), com o sueco Sven-Goran Eriksson comandando a equipe em 2002 e 2006, quando parou duas vezes nas quartas de final, e em 2010 com o italiano Fabio Capello, quando o time não foi além das oitavas de final.

Fabio Capello já declarou querer ficar e tem contrato para comandar a seleção inglesa até o final da Eurocopa 2012, em que ainda será necessário disputar as eliminatórias para classificar a equipe para a competição que ocorrerá em Polônia e Ucrânia. Mas o apelo contra o comando do italiano na equipe tem sido reforçado pela imprensa e ex-jogadores desde o início da campanha na Copa do Mundo da África do Sul.

No último mundial em que a Inglaterra teve no banco um treinador inglês, Glenn Hoddle comandou a equipe que parou diante da Argentina nas oitavas de final. Antes dele haviam sido apenas quatro os treinadores ingleses em toda a história das Copas, com Walter Winterbottom (1950, 1954, 1958 e 1962), Alf Ramsey (1966 e 1970), Ron Greenwood (1982) e Bobby Robson (1986 e 1990).

De todos apenas dois conseguiram levar o time às semifinais: Ramsey, campeão em 1966, e Robson, que perdeu na semifinal de 1990 e ficou com o quarto lugar da principal competição de futebol do mundo. E a falta de resultados com treinadores estrangeiros pode fazer a Inglaterra voltar às origens.

Antes de contratar Capello, a Inglaterra teve Steve McLaren, então ex-treinador do Middlesbrough no comando entre 2006 e 2007, mas o afastamento de jogadores experientes como David Beckham e Sol Campbell e o fracasso na tentativa de classificar para a Euro-2008 derrubaram o técnico.

De acordo com a imprensa britânica são três os candidatos a ficar com a vaga de Capello, a quem a FA promete comunicar uma definição dentro de duas semanas. O primeiro nome apontado pelo é o do meia David Beckham, que acompanhou a seleção inglesa na África do Sul como assistente-técnico e ainda não encerrou a carreira. Os outros dois candidatos são Harry Redknapp e Roy Hodgson, ambos ingleses.

“Eu sou inglês. Quem se negaria a treinar a Inglaterra? Não há apenas um inglês, que seja eu mesmo, Roy Hodgson ou Sam Allardyce, que rechaçaram este trabalho, porque se trata de nosso país e queremos treinar nossa seleção”, afirmou Redknapp em entrevista à rádio TalkSport.

O treinador do Tottenham, Harry Redknapp, afirmou na segunda-feira que um técnico inglês não teria feito pior que o italiano Fabio Capello durante a disputa da Copa do Mundo, criticando as últimas escolhas da FA.

“Deveríamos ser capazes de produzir alguém que seja capaz de treinar a Inglaterra. E, sejamos honestos, este não poderia ser pior que a equipe com Eriksson ou Capello. Quem poderia imaginar um inglês treinando a seleção italiana? O mesmo para os alemães, eles têm um treinador alemão. Fomos regulares contra os Estados Unidos, horrorosos contra a Argélia e um pouco melhores ante a Eslovênia, que é uma equipe ruim, que não poderia sobreviver à segunda divisão inglesa”, lamentou o treinador.

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