22/06/2010 - 15h52

Como Dunga, Del Bosque é pressionado por excesso de volantes na Espanha

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Assim como Dunga já foi questionado pelo fato de usar Felipe Melo em campo, Vicente del Bosque, técnico da Espanha, vem recebendo críticas com relação ao excesso de defensividade de um de seus volantes, Sergio Busquets.

Tanto na derrota para a Suíça por 1 a 0 quanto na vitória por 2 a 0 sobre Honduras, o treinador escalou Busquets ao lado Xabi Alonso, que sai mais para o jogo. Del Bosque joga até mais aberto que Dunga, uma vez que Felipe Melo e Gilberto Silva são tidos como marcadores que apoiam pouco, o que não é o caso de Xabi Alonso.

Porém, o questionamento vem principalmente com a volta de Andrés Iniesta à equipe e quem sairia para sua entrada.

Para a última e decisiva partida contra o Chile, na qual nada além da vitória interessa à Espanha, Del Bosque contará com força total em seu elenco, ao contrário das duas primeiras partidas – Fernando Torres ficou de fora contra a Suíça e Iniesta não entrou em campo contra Honduras.

A Espanha joga no 4-5-1, que se alterna para o 4-3-3 quando ataca. No primeiro jogo, David Villa foi o centroavante, enquanto David Silva e Iniesta jogaram abertos pelas alas, deixando Xavi como homem de ligação no meio de campo e a dupla Xabi Alonso-Busquets de volante.

Se hoje fosse jogador, gostaria de me parecer com o Busquets

Vicente del Bosque, técnico da Espanha

No jogo seguinte, com a volta de Torres como homem de referência no ataque, Villa jogou aberto na ala esquerda, como prefere atuar (jogava assim no Valencia) e Jesús Navas substituiu o contundido Iniesta pela direita – David Silva perdeu a vaga na equipe, e a tendência é que continue de fora.

Porém, para o terceiro jogo, com a volta de Iniesta, um dos melhores atletas da equipe, Del Bosque está sob pressão por ter de escolher alguém para sair. A tendência é que Jesús Navas fique de fora para que Iniesta jogue aberto pela direita.

Mas a imprensa faz pressão para que Busquets seja o excluído. Assim, Xavi seria volante ao lado de Xabi Alonso – uma opção ousada, visto que ambos são volantes que costumeiramente apoiam mais o ataque. Iniesta seria o homem de ligação no meio, ladeado por Villa e Navas. Em ambos os casos, Torres permaneceria na frente.

Del Bosque se defende

Porém, Del Bosque saiu em defesa de Busquets. “Se hoje fosse jogador, gostaria de me parecer com o Busquets”, disse o técnico em coletiva de imprensa nesta terça-feira, na concentração da Fúria em Plotchefstroom. “Ele faz tudo, é generoso, se esgota fisicamente. Quando ele está bem, o jogo fica mais fluido”.

ARAGONÉS 'CORNETA'

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Para o treinador espanhol, a dupla de volantes alinhada contra Honduras não representa uma retranca e não mudou o esquema ofensivo da Espanha, que encantou a todos durante as eliminatórias. “Não nos distanciamos do modelo utilizado antes, não fizemos nenhum ‘volantazo’. Com as substituições [contra Honduras, quando colocou Fábregas], nada mudou”.

Ele completa: “Xabi Alonso e Busquets são dois meio-campistas que criam, iniciam as jogadas. Não creio que sejam jogadores defensivos. Eles têm uma grande consciência da equipe, têm um compromisso extraordinário – são os treinadores em campo, estão cientes de tudo. Quem dera se todos fossem como eles”.

Pesa ainda mais na decisão do treinador de manter Busquets o fato de, mesmo com um volante de contenção, a Espanha ter ficado vulnerável contra a fraca seleção de Honduras. “Esta manhã [terça-feira] vi de novo a partida e achei a equipe muito aberta. Se tivéssemos jogado contra um time mais exigente, teríamos nos tornado um adversário fácil”.

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