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Comitê acha que seria "criminoso" investir dinheiro público em qualquer estádio

16/06/2010 - 15h19

Comitê Paulista fala em "crime" e reprova estádio com dinheiro público

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Presidente do Comitê Executivo Paulista para a Copa de 2014, Caio Carvalho não se mostrou surpreso com a decisão da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) de vetar o estádio do Morumbi como sede paulista na competição. Em entrevista à Rádio Jovem Pan na tarde desta quarta-feira, o dirigente afirmou que o estádio do São Paulo sempre foi alvo de bombardeio por parte da Fifa.

Carvalho citou por diversas vezes o termo “criminoso” ao tratar da possibilidade de um novo estádio ser construído na capital paulista com dinheiro público, para receber a abertura do Mundial. “Seria criminoso para qualquer gestor público nós investirmos nos estádios o dinheiro que deveria ser gasto com o legado que vai ficar, como mobilidade, transporte público, melhoria das rodovias, acessibilidade”, apontou, citando como exemplo o Engenhão, estádio usado no Pan-Americano do Rio de Janeiro e que atualmente é gerido pelo Botafogo.

O dirigente ainda disse concordar com a decisão do São Paulo Futebol Clube e do seu presidente Juvenal Juvêncio de optar por uma obra mais barata no Morumbi, em detrimento do projeto que lhe daria a possibilidade de realizar a partida de abertura e custaria mais de R$ 600 milhões: ”Nenhum presidente de clube iria investir esse dinheiro para seis jogos da Copa sendo que a média de público do Brasileirão é de 25 mil pessoas”, argumentou.

JUCA COMENTA

"O blogueiro acha um absurdo que se erga novo estádio em São Paulo"

Ele decretou que será “o primeiro a denunciar e sair” caso mais um estádio público seja construído em São Paulo e assegurou que muita gente quer que a “viúva” pague a conta, mas que as autoridades máximas do estado e do município são contra.

“Ainda vamos nos reunir, mas a informação que eu tenho tanto da parte do ex-governador José Serra, quanto do atual, Alberto Goldman, e do Comitê é que não vamos jogar dinheiro público em um estádio para 65 mil pessoas que não tem quem tome conta depois. O (Gilberto) Kassab me garantiu que Pirituba é um projeto que não é para Copa. Está previsto para 40, 45 mil pessoas com dinheiro do setor privado. Não acredito que esse estádio de 80 mil pessoas saia com investimento privado”.

Carvalho comentou sobre a possibilidade de o Pacaembu ser o estádio paulista na Copa: “A hipótese de se fazer uma requalificação ou modernização no Pacaembu não está descartada. Ontem [terça-feira] colocaram que eu fui irônico, mas se houver um investidor para erguer um estádio para 80 mil pessoas, se esse investidor ou se o Corinthians tiver esse dinheiro, vai receber o nosso apoio”.

O presidente do Comitê Paulista ainda aproveitou para cutucar a longa novela Morumbi, enquanto os outros estádios são pouco discutidos: “Surpreende, no meio da Copa, com tantos problemas na África, o Morumbi ser vetado só porque apresentou uma proposta que não é a mesma. Estão aprovando maquete que não saiu do papel, não tem um tijolo colocado e vetando estádio que já está de pé e precisa só ser requalificado”, criticou.

“Seja onde for o estádio, se quiser investir, será muito bem vindo. O que não pode é falar que a obra é do setor privado e depois quem paga a conta é o setor publico”, concluiu o dirigente.

 

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