10/06/2010 - 11h48

Fifa se irrita com tema Morumbi e desmente exclusão de estádio para 2014

Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

O tema Morumbi na Copa de 2014 novamente entrou na roda de discussões em um evento oficial da Fifa. Nesta quinta-feira em Johanesburgo, durante o 60º congresso da entidade, os rumores sobre a exclusão do estádio do projeto do Mundial no Brasil foram mais uma vez rebatidos enfaticamente pela cúpula do futebol internacional.

  • Divulgação

    Mais uma vez, os rumores sobre a exclusão do Morumbi para a Copa de 2014 foram negados

  • Fabrice Coffrini/AFP

    Secretário-geral da Fifa, Valcke se irritou com a preocupação excessiva em torno do estádio

Nesta quinta, as edições dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo informaram que a Fifa possivelmente não aceitará a adequação do projeto do Morumbi, com um orçamento mais modesto, em status que tiraria da arena a possibilidade de receber a partida de abertura e uma das semifinais. Segundo os diários, a entidade encara a redução de última hora como um blefe do São Paulo Futebol Clube para forçar ajuda financeira de esferas governamentais.

“O Brasil só pensa no Morumbi, é incrível. Não temos nenhuma novidade sobre isso. Trabalhamos agora pela Copa de 2010 e depois trabalharemos pela de 2014. Continuamos trabalhando junto com o São Paulo neste projeto. É isso”, afirmou o secretário-geral da Fifa Jêróme Valcke, com impaciência sobre o tema, durante o congresso da entidade na África do Sul.

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Após receber o orçamento da obra que se enquadraria nas exigências da Fifa para abrigar a abertura da Copa de 2014, o São Paulo FC teria se assustado com o preço: mais de R$ 636 milhões. Assim, o clube teria optado por executar o projeto anterior, orçado na casa dos R$ 250 milhões e já aprovado pela entidade máxima do futebol. Com esses padrões, de acordo com as normas vigentes do Mundial, o estádio poderia receber apenas partidas até as oitavas de final da competição, além de compromisso da fase de grupos.

A notícia da adequação de orçamento veio pouco depois do rumor sobre a alternativa da Prefeitura de um estádio no bairro de Pirituba. A versão foi prontamente rebatida por Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em um evento em Curitiba há algumas semanas.

A decisão de redução de valores foi então corroborada pelo Comitê Executivo de São Paulo para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, que divulgou nota na manhã de quarta, afirmando que segue apoiando o Morumbi como sede paulista na competição.

No documento, o comitê manifesta ainda que enviará um novo projeto de requalificação do Morumbi ao Comitê Organizador Local (LOC) da Fifa, mostrando mudanças no projeto a fim de conseguir a abertura de 2014. A nota termina afirmando que mantém o otimismo e que confia que o estádio do São Paulo será credenciado para jogos decisivos.

Recentemente, o presidente Lula e o ministro dos Esportes Orlando Silva também se manifestaram publicamente em apoio ao projeto do Morumbi para receber as partidas de São Paulo da Copa de 2014. Na ocasião, o ministro chegou a cobrar um estudo de viabilidade financeira do estádio com e sem o jogo inaugural.

Sem poder utilizar dinheiro público na obra, por se tratar de um estádio particular, o São Paulo recorreria a uma linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) via construtora Camargo Correa, empresa escolhida para realizar as obras. Além disso, contaria com a ajuda de parceiros que já investem no estádio.

Os comitês estaduais têm até a próxima segunda-feira para apresentar as garantias financeiras que viabilizam as obras para a Copa do Mundo.

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