15/06/2010 - 17h41

Praça da Estação, em BH, recebe bom público para ver vitória do Brasil

Bernardo Lacerda e Gustavo Andrade *
Em Belo Horizonte

Depois de ter ficado praticamente vazia na abertura da Copa do Mundo na última sexta-feira, a Arena de Comemorações montada na Praça da Estação pela Prefeitura de Belo Horizonte recebeu bom público para a estreia do Brasil no Mundial. Pessoas de diversas idades, desconfiadas ou confiantes com o time comandado por Dunga, assistiram ao jogo em que a seleção brasileira venceu a Coreia do Norte, por 2 a 1, nesta terça-feira.

Enquanto a comemoração saiu apenas no segundo tempo quando o lateral-direito Maicon e o meia Elano marcaram os gols da vitória brasileira, os torcedores belo-horizontinos se divertiam e festejavam na estrutura montada para 15 mil pessoas na região central da capital mineira. Os momentos de ansiedade, pelo insistente 0 a 0 no primeiro tempo e a rápida aflição, após o gol coreano nos minutos finais, deram lugar ao alívio e à comemoração com o derradeiro apito do árbitro.

Em meio ao público formado em grande maioria por jovens, o aposentado Vicente Bicalho, de 77 anos, esperava por um grande desempenho do Brasil. “Essa vai ser a melhor Copa de todos os tempos. Vai ser espetacular”, afirmou.

Já as crianças Maria Luíza Loureiro e João Vítor Loureiro acompanhavam a mãe na Arena. A menina de sete anos torcia por um gol de Robinho e uma campanha melhor do que a da Copa do Mundo de 2006, da qual guarda poucas lembranças. Já o seu irmão, de cinco anos, usava a camisa 9 de Luís Fabiano e demonstrava mais entusiasmo com o balde de pipoca do que com a partida transmitida em um grande telão.

A arena recebeu ainda diversos casais. Juarez Soares, de 57 anos, esperava por uma goleada e dizia que “se não estivesse confiante não teria saído de casa”. A mesma confiança não era compartilhada por sua esposa Elizabeth, de 54 anos. “Estou muito insegura com o Dunga. Tenho muito medo”, disse.

A advogada Cristina Camargo, de 35 anos, e o namorado, o estudante Leonardo Oliveira, de 33 anos, disseram que sempre acompanham os jogos da Copa do Mundo em festas na rua. “Em casa não tem graça”, disse ela. “É mais divertido, você vem com a turma e a festa é maior”, concordou ele.

Além da arena na Praça da Estação, outra estrutura foi montada na Praça JK, na Zona Sul da capital mineira. As arenas montadas em parceria entre a Prefeitura da capital mineira e a Coca-Cola permanecerão montadas até o dia 11 de julho, data da final da Copa do Mundo. Em ambas a arenas, os 64 jogos do Mundial serão transmitidos ao vivo e a população belo-horizontina poderá acompanhar.

Para a estreia do Brasil na Copa do Mundo, os torcedores puderam assistir à partida nas duas arenas acompanhando shows de Marcelo D2, na Praça JK, e do grupo de pagode Molejo, na praça da Estação. Para receber dois ingressos, o visitante precisa doar um quilo de alimento não-perecível, exceto sal, fubá e farinha.

O procedimento vale para os shows, jogos da seleção brasileira e de outros países. Além do telão preparado, o torcedor pode também participar de eventos recreativos em pequenos campos de futebol foram montados no local, que, entretanto, permaneceram vazios durante Brasil e Coreia do Norte.

Movimentação começou cedo

Trânsito congestionado, buzinaço e muita alegria pelas principais ruas e avenidas da Região Centro-Sul da capital mineira. Por todo lado, desde o final da manhã desta terça-feira, muitas pessoas com camisas e bandeirinhas do Brasil correndo para os bares e para suas casas para assistirem à estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul.

Na Praça principal do bairro Coração Eucarístico, grupos de jovens aguardavam a abertura do Takos Bar, de olho numa posição estratégica em relação aos aparelhos de televisão da casa. Os pontos de ônibus lotados contrastavam com as lojas vazias. No metrô, os vagões ficavam cada vez mais lotados, especialmente ao passarem pelas estações de maior movimento, como a Lagoinha, que dá acesso ao terminal Rodoviário, e a Central.

No apartamento de Ana Cristina Peixoto, no bairro Santo Agostinho, na Zona Sul de Belo Horizonte, um encontro de gerações para assistir o jogo. O mais novo, Luiz Felipe, com quatro meses de vida, acompanha a sua primeira Copa do Mundo. O mais velho, Antônio Lopes, tem 66 anos e desde 1958 acompanha os jogos do Brasil em Mundiais.

“Eu espero que o Brasil faça o que sempre fez. Respeitando todos os adversários, fazer uma boa Copa e trazer o caneco para cá”, afirmou. Sobre a equipe que o técnico Dunga formou, Antônio acredita ser a ideal e a que melhor representa o Brasil. “Eu acho que está à altura sim. O Brasil é um dos países mais difíceis de fazer uma seleção, porque tem uma grande fartura de jogadores à altura da seleção. Por isso fica muito difícil para o técnico escolher. Então, eu acho que a seleção está razoável, está boa e atendendo às expectativas de todos os brasileiros. Sem dúvida, é uma grande seleção”, comentou.

Após o jogo, o entusiasmo de Antônio Lopes diminuiu um pouco. Ele admitiu que esperava mais do time brasileiro, mas enfatiza que o importante são os três pontos. “Diante da expectativa que a gente tinha no início, foi quase uma decepção. No bolão que eu participo, meu palpite era 4 a 0, mas estreia é isso mesmo. O pessoal fica nervoso”, justificou. “No segundo jogo, eu acredito que eles se soltem mais e acabem jogando melhor”, acrescentou.

* Colaborou Mayko Silva

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