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Souleymane Bamba, Higuain e Madjid Bougherra engrossam a lista de 'franceses'

07/06/2010 - 13h02

Com 44 representantes, França domina lista de atletas na Copa; Brasil fica em 2º

Augusto Zaupa
Em São Paulo

Desacreditada na Copa do Mundo por fracassar nos últimos amistosos, a França ao menos já ganhou um título antes mesmo do apito inicial para o duelo entre África do Sul e México, que abre o torneio na próxima sexta-feira (11). O país terá o maior número de jogadores oriundos do seu território nos gramados sul-africanos. Os gauleses cederão 44 atletas às 32 seleções – 21 para o time de Raymond Domenech e 23 para adversários. Ao todo, 75 atletas que estarão na África do Sul não nasceram no território da seleção que representarão.

PAÍSES COM MAIS ATLETAS

França - 44 jogadores
Brasil - 29
Argentina - 28
Inglaterra - 26

Para obter este feito, os campeões do mundo em 1998 ganharam uma grande “ajuda” da Argélia. O selecionado africano conta com nada menos do que 17 atletas naturais da sua ex-metrópole. O técnico Rabah Saadane convocou apenas seis jogadores que nasceram no país.

Além dos argelinos, outras três seleções africanas também terão jogadores franceses no Mundial-2010. Camarões tem em seu elenco Benoit Assou-Ekotto e Sebastien Bassong, enquanto a Costa do Marfim “adotou” Souleymane Bamba e Guy Demel. Já Gana chamou André Ayew para defender a sua seleção.

Nem mesmo a poderosa Argentina deixou de “importar” um francês. Apesar de ter morado menos de um ano na nação europeia, o atacante Gonzalo Higuaín é natural da cidade de Brest. O craque do Real Madrid inclusive renegou no passado convites de Domenech para defender os “Bleus”.

Apesar de municiar os rivais no Mundial sul-africano, a França também terá dois jogadores naturalizados. Nascido em Kinshasa (República Democrática do Congo), o goleiro Steve Mandanda foi titular em boa parte das eliminatórias e deverá manter a posição. Já o lateral Patrice Evra veio ao mundo em Dacar, capital do Senegal, onde seu pai trabalhava na época como diplomata.

Desclassificado nas quartas de final pela França na última Copa, em 2006 na Alemanha, o Brasil mais uma vez ficou atrás do seu algoz em Mundiais, visto que terá o segundo maior efetivo de jogadores naturais de seu território, com 29 representantes.

Além dos 23 homens de Dunga, Portugal, Japão, Estados Unidos e Alemanha também convocaram brasileiros. Último rival dos pentacampeões mundiais na fase classificatória da Copa-2010, o time luso conta com Deco, Pepe e Liedson. Eles são como peças fundamentais do time do técnico Carlos Queiroz, assim como o carioca Benny Feilhaber, que também deverá ser titular nos Estados Unidos.

Destaque na Alemanha durante os amistosos preparativos para o Mundial, o atacante Cacau ganhou a confiança do treinador Joachim Löw e entrou na lista final dos germânicos, mas deve ser banco de Klose e Podolski, naturais da Polônia.

ARGENTINOS ENTRE TÉCNICOS

  • Claudio Cruz/AP

    Se a Argentina ficou em terceiro no “ranking de jogadores”, o país pode se orgulhar por estar no topo da lista de técnicos oriundos do seu território. Ao lado da Alemanha, os sul-americanos terão 3 treinadores.

    Além de contar com Diego Maradona, os "hermanos" ainda terão Marcelo Bielsa (foto) no Chile e Gerardo "Tata" Martino no Paraguai. Os comandantes germânicos são Joachim Löw (Alemanha), Ottmar Hitzfeld (Suíça) e Otto Rehhagel (Grécia).

    Além de Dunga, o Brasil tem Carlos Alberto Parreira, que dirige a África do Sul. O líder dos Bafana Bafana já esteve à frente de outras quatro seleções: Brasil (1994 e 2006), Kuwait (1982), Emirados Árabes (1990) e Arábia Saudita (1998).

O zagueiro Marcus Tanaka é quem irá representar o futebol brasileiro em uma seleção asiática – ele atua na equipe principal do Japão. O defensor paulista, no entanto, foi destaque negativo na semana passada por ter atingido e quebrado o braço direito de Didier Drogba durante um lance no amistoso entre os nipônicos e a Costa do Marfim. O atacante do Chelsea teve que passar por uma operação e vai perder a estreia contra Portugal, no dia 15.

Para completar o pódio, a Argentina ficará com a terceira posição no ranking de países que dominam a lista de jogadores na Copa. Serão 28 ao todo, contanto com os 22 convocados por Maradona – excluindo Higuaín. Os “hermanos” ainda “emprestarão” três jogadores ao Paraguai (Nestor Ortigoza, Jonathan Santana e Lucas Barrios), um ao Chile (Matias Fernández) e um ao México (Guillermo Franco), além de Mauro Camoranesi.

O meia da seleção italiana é mais conhecido desta lista, pois foi ele que protagonizou a cena de deixar os seus colegas cortarem os seus cabelos ainda em campo após conquistar junto com a “Azzurra” o título do Mundial da Alemanha, em 2006.

Anti-estrangeiros

Apesar de 25 equipes participantes da Copa da África do Sul contarem com “estrangeiros”, a manobra não agrada Jospeh Blatter, presidente da Fifa. O dirigente já fez duras críticas ao excesso de atletas naturalizados. Em 2007, o dirigente foi mais preciso ao comentar que o Brasil tem muitos “intrusos” nas demais seleções.

"No Brasil existem 60 milhões de jogadores. Caso não façamos algo sobre os invasores do Brasil, podemos vir a ter na Copa de 2014 ou na de 2018 metade das 32 equipes cheias de jogadores brasileiros”, afirmou Blatter na época.

Já o multicampeão José Mourinho, novo treinador do Real Madrid, foi mais duro em suas palavras ao desvalorizar a importância da Copa do Mundo. "Os países não podem comprar jogadores, não são como uma equipe, mas alguns tentam ser. Agora dão passaporte para brasileiros e os colocam para atuar", alfinetou o comandante português pouco antes de levar a Inter de Milão ao título da Liga dos Campeões da Europa.

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