Em coletiva, Kaká falou sobre a pressão de ser o camisa dez da seleção, liderança e 'vício' no Twitter
Na mais concorrida entrevista coletiva da seleção brasileira desde a reunião em Curitiba há duas semanas, a estrela Kaká falou pela primeira vez em ambiente de Copa e fez encher a sala de conferência do hotel que hospeda a seleção em Johanesburgo nesta sexta-feira.
Diante de um batalhão de jornalistas brasileiros, da imprensa internacional, de equipes de México à Coreia do Sul, e até de humoristas, o jogador mais popular da atual seleção respondeu em 29 minutos questões sobre assuntos dos mais variados possíveis, da polêmica da bola Jabulani ao vício no Twitter, da responsabilidade de ser o 10 do time no Mundial à relação com o amigo português Cristiano Ronaldo, adversário na Copa.
Seguem abaixo alguns trechos da entrevista de Kaká nesta sexta no Fairway Hotel, em Johanesburgo:
Vou estar bem no dia 15 (na estreia contra a Coreia do Norte), a lesão já não é mais um incômodo, que era algo que me limitava bastante. Temos alguns dias até a estreia e estarei bem. Tenho trabalhado muito para isso, em três períodos, até à noite. O jogo do Zimbábue foi muito válido para mim, pude me movimentar bem em 45 minutos, pegar algum ritmo de jogo.
Quando você está em campo, nem lembra o número de sua camisa. Mas sempre tomei a responsabilidade na minha carreira, na minha vida. Sempre estive acostumado com essa pressão de liderança, é algo comum. Sei que não se ganha nada sozinho, sempre tem um grupo muito forte para que se sobressaia um jogador, como com o Ronaldo em 2002 e com o Romário em 94.
O ex-árbitro argentino Horacio Elizondo, como instrutor da entidade máxima do futebol, deu uma palestra para os jogadores do time nacional do Brasil no hotel da equipe em Johanesburgo. Uma das preocupações da entidade é passar aos jogadores as novas determinações da International Board que começaram a valer a partir do dia 1º de junho. Para os brasileiros, a que mais interessa é em relação à ‘paradinha’ na hora da cobrança de pênalti, que agora está proibida. "Ela foi geral, maioria dos jogadores já viu essa palestra outras vezes. A Fifa dá essa palestra, mas sempre tem algumas atualizações. A principal foi sobre a paradinha. Todos os vídeos que mostraram foram do futebol brasileiro, explicando o que se pode ou não fazer na Copa", disse Kaká. |
Estou supertranquilo. Criaram uma proporção muito grande (sobre sua fase no Real Madrid). Em todos os momentos da minha carreira eu passei por críticas. Vocês lembram como eu saí do São Paulo, quando perdi uma final com o Milan em 2005, na Copa de 2006. Esse ano isso foi um pouco mais intenso. Mas tenho certeza que vou passar por esse momento e ser feliz no final de novo. Foi sempre assim na minha carreira.
Não abandonamos o futebol bonito. O espetáculo final é levantar a taça no fim, esse é o show que nós queremos, que a torcida quer e até alguns de vocês da imprensa querem
Podemos jogar bonito também, como na vitória sobre a Argentina por 3 a 1 em Rosario. Creio que aquela foi uma grande apresentação nossa (declaração em resposta a um jornalista argentino).
Não combinamos nada, só ficamos de trocar a camisa (no jogo Brasil x Portugal, na terceira rodada do grupo G). Temos uma amizade muito legal, um respeito, um vínculo.
Vou amenizar, não vou criticar a bola. Desde que me conheço como jogador, sempre existe reclamações em relações às bolas. Foi assim na Copa das Confederações, na Copa passada, na Copa de 2002. Foi criada uma polêmica na primeira semana, mas todo mundo já está se adaptando à bola. O Luís Fabiano já está até beijando ela no treino, o Júlio César abraçando.
Em outro momento da coletiva, o meia teve que agarrar uma bola Jabulani atirada em sua direção por um humorista.
Fiquei viciado nisso. Tenho usado mais pelo telefone do que pelo computador. Mas faço outras coisas na concentração, jogo pingue-pongue, jogamos campeonato de Playstation. Mas o Twitter é uma ferramenta que tenho usado muito, para falar com os amigos, fazer contato com algumas pessoas. Estou gostando bastante.
Eu prefiro desta forma (em comparação com a preparação de 2006, em Weggis com o time de Parreira). No campeonato, você pode perder ou ganhar, independentemente da preparação. Mas com essa preparação que estamos vivendo, a probabilidade de sucesso é muito maior.
Tenho muita vontade de trabalhar com Mourinho. Estou feliz que ele seja o técnico do Real Madrid. É um técnico de uma trajetória muito vencedora.
Jogos, resultados, preparação das equipes e muito mais.
Fique por dentro das notícias mais importantes do dia direto da África do Sul
Você receberá em média 30 mensagens por mês, sendo uma por dia.
Para Assinar
Envie uma mensagem com o texto VW para 30131.
Para Cancelar
Envie uma mensagem com o texto SAIR para 30131.
Importante: Todo o processo de assinatura e o recebimento de mensagens será gratuito