04/06/2010 - 05h01

Símbolo da era Dunga, Júlio Baptista ganha força como plano B para Kaká

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

DESEMPENHO DE JÚLIO BAPTISTA

  • Jon Hrusa/EFE

    Júlio Baptista se destacou no jogo com o Zimbábue e deu passe de calcanhar no terceiro gol do Brasil

NÚMEROS COM DUNGA TOTAL PELA SELEÇÃO
1º JOGO: 16/08/2006 Brasil 1 x 1 Noruega CONVOCAÇÕES: 77
MINUTOS EM CAMPO: 1.177 MINUTOS EM CAMPO: 1.626
JOGOS: 27 JOGOS: 43
GOLS: 5 GOLS: 8
TÍTULOS: 2 TÍTULOS: 4

A primeira semana da seleção brasileira na África fortaleceu uma das apostas de Dunga. Entre os nomes mais contestados na convocação para a Copa do Mundo, Júlio Baptista mostrou nos últimos dias que sabe aproveitar as chances que recebe. Foi assim nos coletivos realizados em Johanesburgo, foi assim na vitória por 3 a 0 sobre o Zimbábue. Kaká é a principal estrela e o titular absoluto, dono da camisa 10. Mas Júlio Baptista está atento.

O duelo contra os zimbabuanos foi apenas o primeiro teste para o Mundial. Os brasileiros se preservaram. E o adversário era de nível bastante inferior. Mesmo assim, Kaká teve atuação apagada, com seguidos erros e sendo facilmente desarmado. Júlio Baptista, por sua vez, substituiu o meia do Real Madrid (seu amigo de longa data) e deu nova cara ao ataque.

O lance mais decisivo do reserva brasileiro foi em grande estilo: no gol de Elano, o terceiro, Júlio Baptista deu um toque de calcanhar para completar a tabela com Daniel Alves. Ele ainda puxou duas boas arrancadas, conseguiu enfiadas de bola e ajudou o Brasil a ganhar o meio-campo também na base da força.

Foi esse estilo que fez Dunga apostar desde o começo em Júlio Baptista, camisa número 19 do Brasil na Copa. O meio-campista é o décimo mais assíduo em campo na era Dunga, totalizando 27 partidas distribuídas nos três anos e nove meses de trabalho com o treinador. Ele supera, por exemplo, titulares como Luís Fabiano (25), Felipe Melo (17) e Michel Bastos (4).

Júlio Baptista também conquistou Dunga com o discurso coletivo tão elogiado pelo comandante. “Sabemos que todos aqui são importantes, mesmo quem não joga tanto tem a mesma importância, pois pode entrar durante um jogo e decidir”, resumiu ele no último domingo.

No seu caso, estar em boa condição é fundamental. Kaká se apresentou para começar a preparação para a Copa em fase final de tratamento de lesão na coxa. O principal meia convocado ainda tenta readquirir seu melhor condicionamento e recuperar seu futebol após um começo de ano atrapalhado por problemas físicos.A comissão técnica espera ter Kaká 100% na estreia brasileira na Copa, diante da Coreia do Norte, dia 15, em Johanesburgo.

Enquanto isso, Júlio Baptista batalha por espaço. O meia da Roma valoriza a presença na África do Sul quatro anos após viver uma grande decepção. Depois de conquistar a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2005, ele acabou preterido da lista de Carlos Alberto Parreira para o Mundial da Alemanha.

“Mostrei meu valor dentro da seleção e que estou aqui para ajudar. A Copa é uma competição diferente de todas e que atrai a atenção de todo mundo. Se fizermos as coisas direito, podemos escrever nossos nomes na história”, exaltou Júlio Baptista, um dos homens de confiança do técnico Dunga.

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