01/06/2010 - 07h00

Seleção fica no meio de batalha de marcas esportivas pela 2ª Copa consecutiva

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

Paralelamente à disputa pelo trono do futebol nos próximos quatro anos, a Copa coloca em jogo uma batalha igualmente acirrada, travada em detalhes, entre as grandes marcas esportivas do planeta. E, pelo segundo Mundial consecutivo, uma polêmica dentro do ambiente de seleção brasileira acaba entrando no milionário embate, pelo menos na fase de preparação para o torneio.

Adidas e Nike são as principais jogadoras desta Copa paralela, que também tem a Puma e empresas menores em posições secundárias, este ano na África do Sul.

Na preparação para a Copa da Alemanha em 2006, Ronaldo apresentou uma bolha no pé esquerdo em razão de um problema de adaptação com sua chuteira Nike. O atacante, que semanas depois se tornaria o maior artilheiro dos Mundiais, ficou alguns dias sem treinar por causa do problema, deixou o amistoso contra a Nova Zelândia na metade, tentou usar esponja no calcanhar e criticou a costura de sua Mercurial Vapor. O incidente com seu célebre garoto-propaganda dominou as manchetes do noticiário da época e acabou virando uma publicidade negativa para a gigante empresa norte-americana.

A SELEÇÃO E AS MARCAS

  • Ricardo Mazalan/AP

    Julio Cesar faz defesa em treino do Brasil; goleiro criticou a bola Jabulani que será usada no Mundial

  • Antônio Gaudério/Folha Imagem

    Ronaldo sofreu com a chuteira no amistoso com a Nova Zelândia antes da Copa da Alemanha-2006

  • Antônio Gaudério/Folha Imagem

    Bolhas no calcanhar esquerdo do atacante foram causadas pela chuteira Mercurial Vapor, da Nike

Agora, quatro anos mais tarde, também na fase de preparação da seleção, os jogadores brasileiros lideram uma onda de críticas contra a Jabulani, bola oficial da Copa do Mundo, produzida pela Adidas.

Mesmo na condição privilegiada de parceira oficial da Fifa na Copa, que lhe oferece condição incontestável de liderança no duelo de imagem durante o Mundial, a Adidas já experimenta um pequeno arranhão de reputação com os depoimentos, que vêm também de seleções como Espanha, Itália e Chile.

"Parece uma bola de supermercado", disse o goleiro Julio Cesar, "É sobrenatural", disparou Luís Fabiano, "É 'patricinha', não gosta de ser chutada", arrematou Felipe Melo, na série de críticas brasileiras à Jabulani dos últimos dias.

Rapidamente, a empresa responsável pela bola acabou forçada a vir a público através de seu porta-voz na Europa para rebater as críticas, consumando a exposição negativa, independentemente do mérito sobre a qualidade da Jabulani.

Batalha das chuteiras

A Copa é o grande evento na disputa do mercado das principais marcas esportivas ligadas ao futebol. Nos meses que antecederam o Mundial, as duas potências do ramo mobilizaram seu exército de garotos-propagandas e seus respectivos departamentos de marketing para divulgar seus novos produtos de Copa.

Em fevereiro, Cristiano Ronaldo e a seleção brasileira foram os carros-chefes da Nike num evento em Londres para a divulgação de sua nova chuteira e das camisas de dez seleções do Mundial, incluindo a Inglaterra, que traja Umbro, marca que pertence hoje à empresa dos EUA.

Em maio foi a vez da Adidas, que carregou a mídia para um evento igualmente grandioso em Barcelona para divulgar sua chuteira de Copa, usando o melhor do mundo Lionel Messi como a cara da ação para o Mundial.

Na África do Sul, dentro da seleção brasileira, a Adidas conta com a força da imagem de Kaká, o jogador com maior alcance internacional da atual equipe. Por sua vez, a Nike desfruta da condição de parceira oficial e tem no elenco 14 jogadores patrocinados. Todos eles atuarão na Copa como garotos-propaganda de novos modelos de chuteiras, com as mesmas cores, na combinação extravagante de cinza com laranja.

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