27/05/2010 - 10h52

CBF relembra críticas ao Big Brother de 2006 e tenta conter 'paparazzi'

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)

Dunga diz que só o título vale na Copa: "tudo que ganhamos ficou no passado"

  • EFE

    É vencer ou vencer. Dunga não se ilude com os títulos que a seleção brasileira conquistou sob seu comando. Em sua primeira entrevista na África do Sul, o treinador admitiu que tudo o que aconteceu nos últimos três anos e oito meses dependerá de uma coisa: o título da Copa do Mundo. "Tudo que já fizemos até agora vai ser medido apenas por essa competição. Tudo que ganhamos faz parte do passado. Temos que conquistar o próximo título, que é a Copa. Estamos cientes que só o próximo objetivo é o que vale", afirmou o técnico brasileiro.

As poucas horas da seleção brasileira em Johanesburgo, na África do Sul, já geraram um impasse no relacionamento com parte da imprensa. Fotógrafos e câmeras se posicionaram em construções altas ao lado do hotel da delegação e buscaram imagens de dentro dos quartos dos jogadores. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não gostou e relembrou a experiência tão criticada de 2006 para fazer um apelo em nome do sossego.

“Chegamos aqui e as câmeras estavam voltadas para dentro dos quartos dos jogadores. Houve uma unanimidade que em 2006 não deu certo, então queremos fazer uma reflexão e perguntamos se isso realmente é necessário”, argumentou Rodrigo Paiva, assessor de comunicação da CBF.

A abertura da seleção tem sido um dos principais dilemas neste começo de preparação da seleção para a Copa do Mundo. O exemplo de quatro anos atrás, em Weggis, ainda está recente. A superexposição e a farra que cercaram a equipe antes do Mundial da Alemanha viraram exemplo a não ser seguido. E está sendo combatido seriamente pela CBF.

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Em Curitiba, Dunga pregou maior privacidade sobre a seleção e conseguiu. Permitiu a entrada da imprensa em três dos nove turnos de trabalho. A torcida presenciou apenas dois. A repercussão do isolamento foi grande e ainda levanta debate. O tema não deve se esgotar tão cedo.

“Quando cheguei aqui fui ver o muro que mandei construir e não encontrei, mas fiquei três meses no Brasil levando pancada por causa disso”, comentou Dunga nesta quinta, citando a separação que foi erguida ao lado do hotel da seleção para elevar a privacidade da delegação.

O treinador, inclusive, tornou-se alvo de xingamentos da torcida em Curitiba, durante a primeira parte da preparação. O motivo? O pouco acesso ao time.

“Nos dois primeiros dias em Curitiba ficamos fazendo testes físicos e se vendeu uma imagem de isolamento, mas não vejo razão para mostrar à imprensa os jogadores fazendo exames. Aí você abre o treino e se fala novamente em Weggis. É preciso ter equilíbrio. Vamos trabalhar pela seleção”, completou Dunga.
 

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