Entorno de locais como o Soccer City é perigoso
A ameaça terrorista da Al-Qaeda e as suspeitas de sabotagem da direita sul-africana são as prioridades da organização da Copa. Para turistas e jornalistas que acompanharão o evento, no entanto, situações mais “mundanas” como assaltos seguem preocupando no país-sede do Mundial.
No último mês, um repórter do jornal “O Estado de S. Paulo” foi assaltado no centro de Johannesburgo por nove homens armados. O episódio foi o primeiro a envolver um brasileiro que ganhou notoriedade, tanto no país quanto no mundo.
“Foi uma coisa meio assustadora o que aconteceu com ele. Eu nunca tive problemas, mas sei onde posso e não posso ir. Não me arrisco. Até de dia, você tem de tomar cuidado com coisas como o seu celular. Mesmo dentro do carro, é comum você ter o vidro quebrado”, disse Fabio Zanini, corresponde da Folha de S. Paulo na África e que já passou pela África do Sul em cerca de dez oportunidades.
O temor nas ruas da África do Sul é uma constante. Os relatos dão conta de que há regiões mais perigosas, como as periferias e os centros das cidades, especialmente à noite ou em fins de semana, quando a movimentação é menor. Os índices de latrocínios (roubo seguido de morte) e estupros são altos. Em alguns casos, esses passeios são desautorizados pelos próprios sul-africanos, que fazem alertas.
Além disso, pode haver uma blindagem do visitante. Em Johannesburgo, por exemplo, a maior parte dos turistas será instalada em Sandton, bairro de elite que não sofre dos mesmos problemas que as demais áreas. Para facilitar o transporte desse pessoal, será lançado um trem que ligará a região ao aeroporto.
A aproximação, porém, será inevitável. Uma das sedes de Johannesburgo, o estádio Ellis Park é ladeado por três áreas consideradas perigosas. Já o Soccer City está encravado em Soweto, que virou ponto turístico, mas ainda sofre com a violência.
“Você escuta recomendações das pessoas no hotel, nos restaurantes. Dizem literalmente para evitar as ruas. Em Bloemfontein, eu não coloquei o pé na rua em nenhum dia, só andava de táxi, porque o ambiente não parecia amigável, pelo menos na região onde estava, na área central da cidade. Não havia presença ostensiva de segurança do Estado, exceto nas áreas de atuação da Fifa, e a gente sentia uma certa animosidade no ar com os visitantes”, disse Bruno Freitas, repórter do UOL Esporte que acompanhou a Copa das Confederações, em 2009. "Mas verdade seja dita: não ouvi falar de nenhum incidente nos 30 dias que passamos lá", emenda.
Para a imprensa, a logística durante a Copa também é preocupante. O traslado dos materiais de TV entre as cidades, por exemplo, merece atenção especial, já que os aparelhos caros poderiam ser alvos de emboscadas. A Globo, detentora dos direitos de transmissão do evento, diz que terá uma preparação especial no quesito.
O governo também admite a dificuldade no controle da situação. Na semana passada, por exemplo, o presidente da South African Airways, Siza Mzimela, adiantou que espera o roubo de 75 mil malas durante a Copa do Mundo.
O incidente, comum no país, acontece porque, segundo o dirigente, somente 25% dos funcionários são confiáveis. Dos outros 75%, 25% “não são de confiança” e 50% estão em situação intermediária e “podem se corromper”.
Mesmo assim, a África do Sul promete melhorias. O país investiu mais de US$ 200 milhões (R$ 350 milhões) em segurança, e vai dobrar o número de policiais nas ruas no período da Copa do Mundo.
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