Dirigentes ignoram problemas e exaltam "evento histórico" a 50 dias da Copa

A festa de 50 dias para a Copa do Mundo aconteceu em meio a uma forte turbulência na África do Sul. No dia em que um trem descarrilou e aconteceu mais um protesto do transporte público, os dirigentes responsáveis pelo evento ignoraram os problemas e exaltaram a competição.

“É hora de celebrarmos. Na África do Sul nós tivemos uma série de momentos significativos que deixaram o nosso país do jeito que ele é hoje. Em 50 dias, teremos mais um desses momentos, com a Copa do Mundo de 2010, que é um evento histórico”, discursou Danny Jordaan, presidente do Comitê Organizador do Mundial.

A festa oficial aconteceu em Kimberley, capital da província de Cabo Setentrional, que não será sede da Copa. Um grande desfile com temática do Mundial tomou conta das ruas da cidade, que ainda abrigou o presidente do país, Jacob Zuma.

Em uma infeliz coincidência, a data marcante aconteceu justamente na data em que o Rovos Rail, trem-símbolo do país, descarrilou em Pretoria e matou duas mulheres. Também em Pretoria, um grupo de motoristas de mini-vans protestou contra a Copa do Mundo, alegando que devem perder emprego com a competição.

Os acontecimentos desta quarta são apenas alguns dos problemas relacionados à Copa. Desde a semana passada, a África do Sul trabalha para reduzir o encalhe de ingressos, que ameaça a situação financeira do Mundial.

O país também sofreu, no último mês, com a escalada de insegurança. No último fim de semana, por exemplo, o jornal Tribune disse que o grupo direitista “The Suidlanders” teria a intenção de sabotar a Copa do Mundo. A movimentação teria ganho força após o assassinato do líder extremista Eugene Terre’Blanche.

Para completar, ainda há uma ameaça internacional de terrorismo. Também no último mês, o grupo fundamentalista islâmico Al-Qaeda ameaçou a partida entre Inglaterra e Estados Unidos, na primeira fase, entre outras seleções.
 

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