07/04/2010 - 14h22

Salário de técnico cria polêmica na Costa do Marfim

Do UOL Esporte
Em São Paulo

O salário do treinador Sven-Goran Eriksson virou tema de discussão na imprensa da Costa do Marfim, seleção que o treinador sueco irá defender na próxima Copa do Mundo.

A imprensa britânica revelou na semana passada que Eriksson irá ganhar 270 mil libras (cerca de R$ 750 mil) em cada um dos três meses que treinará os Elefantes, totalizando aproximadamente R$ 2,2 milhões – fora os bônus.

Caso consiga classificar a Costa do Marfim no grupo G, que ainda conta com Brasil, Portugal e Coreia do Norte, o treinador ganhará mais R$ 540 mil, valor que passa a quase R$ 800 mil se os africanos chegarem às quartas.

Para a semifinal, a premiação salta a mais de R$ 1 milhão, enquanto uma classificação às finais lhe valeria R$ 1,3 milhão, valor que se duplicará caso os Elefantes saiam da África do Sul campeões do mundo.

Até aí, são padrões dos quais nem mesmo a realidade do futebol brasileiro está tão longe, uma vez que os técnicos mais bem pagos do país chegam a ganhar R$ 500 mil por mês.

A polêmica na Costa do Marfim veio quando Eriksson afirmou à imprensa inglesa que considera os valores muito baixos, ao que alguns os marfinenses respondem chamando o treinador de “mercenário”.

A título de comparação, o sueco ganhava 5 milhões de libras anuais (cerca de 14 milhões de reais) entre 2001 e 2006, quando comandava a seleção da Inglaterra. Ou seja, R$ 1,1 milhão por mês.

Além disso, a estimativa é de que Eriksson tenha acumulado ganhos próximos de 16 milhões de libras (45 milhões de reais) em suas passagens pelo Manchester City, Notts County e a seleção do México.

Entretanto, a comparação que a imprensa marfinense realiza para criticar a fome por dinheiro do treinador sueco é com relação à situação econômica do país que ele treinará.

Enquanto a Inglaterra (país da maioria de seus ex-empregadores no últimos anos) teve em 2009 um total de riquezas (ou o PIB) calculado em 2,1 trilhões de dólares (aprox. R$ 3,6 trilhões), a economia da Costa do Marfim movimentou no mesmo ano 35,6 bilhões de dólares (R$ 62 bilhões) – quase 60 vezes menos.

“É lógico que Eriksson afirme que esteja sendo mal pago na Costa do Marfim”, afirma o jornal Le Patriote, baseado em Abidjan, capital do país. “Mas para um país onde a pobreza atingiu um nível grave, as 270 mil libras de seu salário parecem excessivas”.

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