Ex-técnico revela estratégia da Costa do Marfim e diz que grupo é desunido

Vahid Halilhodzic, ex-técnico da Costa do Marfim, revelou na última quarta-feira qual era a estratégia dos Elefantes para a Copa do Mundo caso continuasse como treinador. "O objetivo era vencer Portugal, empatar com o Brasil e fazer o maior número de gols possível contra a Coreia do Norte, para terminar em primeiro e evitar a Espanha nas oitavas de final”, contou o bósnio à rádio francesa RMC. “Eu havia elaborado toda uma estratégia para explorar os pontos fracos do Brasil. Agora, tudo isso não vai servir pra nada”.

Halilhodzic foi demitido do posto de treinador após a eliminação da Costa do Marfim nas quartas de final da Copa Africana de Nações. Na ocasião, o marfinenses venciam a Argélia por 2 a 1 e tomaram a virada nos acréscimos.

Mesmo com o estrondoso tropeço no torneio continental, o treinador mostrou ainda não ter digerido sua demissão, concretizada a poucos meses da Copa do Mundo. “Nós disputamos 23 partidas sem saber o que é derrota e após o 24º jogo, o qual perdemos em circunstâncias bizarras, eu sou afastado. Deve ser a primeira vez que isso acontece na história do futebol! Isso só poderia acontecer na África”, desabafou.

O treinador não hesita em dizer que foi ejetado de seu cargo em uma “decisão política” e que dificilmente o novo técnico Sven-Goran Eriksson conseguirá resolver o racha que afeta o grupo liderado pelo astro Didier Drogba.

A desunião dos jogadores, inclusive, é uma das razões que segundo ele contribuíram para a eliminação precoce na Copa Africana de Nações. “Alguns dos melhores jogadores não querem jogar juntos. Meu trabalho era tentar consertar isso, criar um espírito de equipe. A derrota para a Argélia nos revelou algumas fraturas internas que eu pretendia resolver nos meses que faltavam até a Copa do Mundo”, conta Halilhodzic, que complementa alfinetando seu sucessor, Sven-Goran Eriksson, que sequer fala o francês para se comunicar com os marfinenses: “com o novo treinador, não será possível resolver isso, ele só terá 20 dias de preparação”.

Para se ter uma ideia da desunião dos Elefantes, Halilhodzic conta que no seu primeiro treino como técnico da seleção, apenas seis jogadores compareceram. Após este episódio, o bósnio organizou uma reunião para puxar a orelha de seus comandados e encerrar o amadorismo que, segundo ele, tomava conta da equipe.

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