23/03/2010 - 20h21

Ex-jogador sul-africano critica "era Joel" , mas projeta final para Parreira

Gustavo Franceschini
Em São Paulo

Lucas Radebe, capitão da África do Sul nas Copas de 1998 e 2002, não mostrou muito entusiasmo ao analisar a fase Joel Santana no comando de sua seleção. Apesar das críticas à preparação do país-sede, o ex-zagueiro mostrou otimismo, e chegou a dizer que a equipe pode ser campeã jogando diante da sua torcida.

“Nós não tivemos uma grande preparação, vou ser sincero. Trocamos de técnico, e aquilo mexeu com a confiança dos fãs. Quando Carlos [Alberto] Parreira voltou, ele motivou o time novamente, até por ser mais experiente”, disse Lucas Radebe, que esteve em São Paulo nesta terça-feira para participar de um evento para promover a Copa.

Joel Santana assumiu a África do Sul em maio de 2008, às vésperas do início das eliminatórias africanas para a Copa. Apesar de ter vaga garantida no Mundial como país-sede, a equipe também disputava o torneio, que valia presença na Copa Africana de Nações, disputada no começo deste ano.

Na primeira fase, os comandados de Joel fizeram seis jogos, venceram duas vezes, empataram uma e perderam três. Os resultados deixaram o time atrás da Nigéria, que avançou e eliminou a África do Sul. Criticado, o treinador brasileiro ainda conseguiu um bom desempenho na Copa das Confederações, com o quarto lugar.

Em outubro, porém, a federação local se irritou com a sequência de resultados ruins e demitiu o atual comandante do Botafogo. Parreira, que havia ocupado o cargo entre 2006 e 2008, foi reintegrado e segue no posto até hoje.

Adversária de México, Uruguai e França na primeira fase, a África do Sul tem grandes chances de ser a primeira seleção a cair nesta etapa atuando em casa. Apesar de não descartar essa hipótese, Radebe mostra confiança nos compatriotas.

“Temos um grupo difícil, e acho que temos de ir até onde der. O México [rival da abertura] pode sentir a pressão, já que o país inteiro estará jogando junto. E a partir daí podemos crescer. Nós não estamos pensando em perder. Não quero só passar da primeira fase, mas também atingir a final”, disse Radebe.

O ex-jogador sabe, porém, que a tarefa é difícil. O time de Parreira, que está em excursão pelo Brasil, não tem atuado bem nos últimos tempos. No início do mês, por exemplo, os Bafana Bafana empataram em casa por 1 a 1 com a modesta Namíbia, na última data Fifa antes do Mundial.

“É uma grande responsabilidade, mas nós estamos nisso como uma nação. Para nós não seria um desapontamento [a eliminação], porque nós queremos é participar. Além disso, tem outros africanos que poderiam nos representar bem neste caso”, concluiu.
 

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