Bobby Charlton

Um jovem craque que sobreviveu ao acidente de avião no qual vários de seus colegas de time morreram e, nos anos seguintes, tornou-se um dos mais venerados craques do futebol inglês depois de ganhar a Copa do Mundo. Por tudo isso, a história de Bobby Charlton daria um filme.

Charlton tinha 20 anos quando o avião com o Manchester United caiu em Munique, na Alemanha, ao retornar de uma partida da Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões) na Iugoslávia, em 6 de fevereiro de 1958.

Vinte e três pessoas morreram. Oito deles eram jogadores do Manchester, alguns titulares da seleção inglesa que iria à Copa do Mundo na Suécia, como Duncan Edwards e Tommy Taylor.

Charlton escapou ileso da tragédia e, meses depois, integrou a delegação da Inglaterra na Copa da Suécia, mas não entrou em campo. Ele só faria sua estréia em partidas de Mundiais no Chile, em 1962.

Seu auge foi em casa, na Copa de 1966, quando teve como companheiro de equipe seu irmão mais velho, o zagueiro Jack Charlton. Na ocasião, Bobby foi eleito o melhor meia do torneio.

O jogador classificou a Inglaterra para a decisão ao marcar os gols da vitória por 2 a 1 sobre Portugal, sensação daquele mundial, na semifinal no estádio Wembley. Na primeira fase, ele também fez um belo gol de longa distância contra o México.

Na grande final, o alemão Beckenbauer recebeu a ordem de grudar em Charlton e vice-versa. Por isso, os dois jogadores mais talentosos em campo naquela decisão acabaram se anulando, e o destaque ficou com outros atletas.

Em 1968, Charlton viveu outro ponto alto ao levar o Manchester United à conquista da Copa dos Campeões da Europa, dez anos depois do desastre aéreo que acabou com as chances de título continental na primeira tentativa.

Aos 32 anos, Charlton foi para sua quarta Copa no México. Com o forte calor, ficava muito esgotado nas etapas finais das partidas.

Nas quartas-de-final contra a Alemanha Ocidental, foi substituído quando a Inglaterra vencia por 2 a 1 porque o técnico Alf Ramsey queria poupá-lo para a semifinal. Sem o talento de Charlton, os ingleses tomaram a virada para 3 a 2 e foram eliminados.

Charlton despediu-se dos gramados em 1975. Nos últimos anos, vem mantendo ligações com a direção do Manchester United e atuou como figura de frente das candidaturas inglesas para sediar Olimpíadas de 2012 e a Copa do Mundo de 2006.