Não foi só o vexame na semifinal que fez o Brasil não jogar no Maracanã

Paulo Passos e Rodrigo Mattos

Do UOL, em Brasília e no Rio de Janeiro

  • EFE

    Estádio do Maracanã durante a partida entre França e Alemanha pelas quartas de final da Copa

    Estádio do Maracanã durante a partida entre França e Alemanha pelas quartas de final da Copa

A goleada sofrida diante da Alemanha não tirou apenas a chance do Brasil conquistar o hexacampeonato. A eliminação na semifinal fez também a seleção não disputar nenhuma partida no Maracanã, tradicional casa da equipe. Além da incompetência da equipe de Luiz Felipe Scolari, um acerto entre a Fifa e o COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo fizeram com que isso acontecesse.

Em outubro de 2011, quando a tabela da Copa do Mundo foi divulgada, era possível ter conhecimento onde o Brasil jogaria na primeira fase e nas etapas seguintes caso se classificasse. Isso, porque, como país-sede, não precisaria disputar as eliminatórias que estava em andamento e ficava na posição de cabeça de chave do grupo A.

Na época, já era sabido que só em caso de final, o Brasil jogaria no Maracanã. Nem se tivesse ficado em segundo lugar no seu grupo, fazendo outro caminho até a decisão, não disputaria nenhum jogo no estádio da capital fluminense.

O capitão da seleção brasileira, Thiago Silva, foi questionado antes do jogo deste sábado, pela decisão do terceiro e quarto lugar, se ficaria uma frustração por não poder jogar no estádio. Na pergunta, o jornalista criticou os dirigentes da CBF, que, segundo ele, não impuseram outro jogo da seleção no estádio na Copa. Antes do zagueiro responder, foi interrompido por Felipão, que defendeu os cartolas da confederação.

"A CBF não tem escolha, não. Desculpe eu participar. É a tabela que indicava os jogos. Poderia quem sabe num arranjo", afirmou o técnico, esquecendo que o presidente da confederação na época da definição também ocupava o cargo de dirigente do COL. "Andar pelo Brasil também foi bom para nós. Fomos bem recebidos", completou.

Oficialmente é a Fifa quem define a tabela da Copa do Mundo. Então presidente do COL e da CBF, Ricardo Teixeira era membro do Comitê Executivo da entidade máxima do futebol e teve influência nas escolhas da sedes e na formulação da tabela. Fortaleza, por exemplo, recebeu dois jogos da seleção, um na primeira fase e outro nas quartas de final. 

A capital do Ceará é tida pela confederação como um lugar onde a seleção recebe apoio popular. Além disso, um dos políticos e empresários mais influentes do estado, Tasso Jereissati, é amigo de Ricardo Teixeira e influenciou para que a cidade recebesse jogos da Copa do Mundo.

"Uma serie de fatores levaram a esse desenho de tabela com o Brasil jogando no Maracanã em caso de final. Foram fatores nossos e da Fifa. A ideia era que a seleção jogasse no estádio na decisão, numa espécia de apoteose", afirmou o CEO do COL, Ricardo Trade ao UOL Esporte.
 

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