Match defende diretor preso no Brasil e diz que ação da polícia foi ilegal

Do UOL, em São Paulo

  • Vinicius Konchinski

    CEO da Match, Ray Whelan chega à delegacia após ser preso no Copacabana Palace

    CEO da Match, Ray Whelan chega à delegacia após ser preso no Copacabana Palace

Em comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira, a Match, empresa que detém exclusividade para venda de camarotes e pacotes corporativos em eventos da Fifa, defendeu o executivo Raymond Whelan, que foi detido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na segunda e ficou algumas horas atrás das grades. Segundo a companhia em que ele trabalha, a operação que já prendeu 12 pessoas por desvio e revenda ilegal de ingressos da Copa do Mundo foi baseada em condutas ilegais.

"A prisão do senhor Whelan foi arbitrária e ilegal. O grampo e o vazamento para a imprensa de conversas privadas também são ilegais. A 18ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro está fazendo ilações sem uma investigação apropriada ou um entendimento mínimo de como realmente funciona a venda de ingressos e de pacotes de hospitalidade", escreveu a Match no comunicado.

A prisão de Whelan tem relação com a operação Jules Rimet, que foi deflagrada na semana passada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Inicialmente, 11 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com uma quadrilha que desviava e revendia ingressos para a Copa do Mundo.

Um dos membros do grupo preso na semana passada era o franco-argelino Lamine Fofana, apontado inicialmente como um dos líderes do esquema. A partir dele, a polícia chegou até Whelan, que seria o elo entre a quadrilha e a Fifa.

Segundo a polícia, a ligação de Fofana com Whelan é comprovada por centenas de ligações entre os dois. A investigação usa como base o registro de chamadas contido no celular do franco-argelino.

"A polícia não tentou investigar os fatos, e por isso acabou não justificando a relevância das coisas que eles descobriram. Sob essas circunstâncias, ficamos sem opção além de responder às alegações", continuou a Match.

Whelan foi detido no saguão do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O executivo foi liberado nas primerias horas da terça após pagar fiança.

Quando deteve o executivo, a polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão no quarto em que ele estava hospedado. Segundo a polícia, ceca de cem ingressos foram recolhidos. A Match declarou que foram 83.

"Aqueles 83 ingressos eram de partidas passadas, guardados como recordação do evento, ou de partidas futuras, mas para uso pessoal do executivo da Match, além de diretores da empresa e suas respectivas famílias", explicou a empresa. "A polícia tem continuamente se recusado a fornecer detalhes sobre essas entradas, o que seria importante para a Match assegurar os direitos de seus consumidores", completou.

Apesar da defesa, segundo o comunicado oficial da Match, Whelan entregará nesta quarta-feira a credencial para a Copa de 2014. A medida era defendida pela Fifa.

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