Polícia indicia e pede a prisão de suspeitos da máfia do ingresso

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O delegado Fábio Barucke, responsável pelas investigações da quadrilha internacional que vendia ingressos da Copa do Mundo, indiciou nesta quarta-feira 12 suspeitos de integrar a máfia dos bilhetes do Mundial. Entre os indiciados estão o diretor executivo da Match Services, Raymond Whelan, e o empresário argelino Mohamadou Lamine Fofana. Ambos são apontados como líderes do esquema.

Barucke encaminhou nesta quarta o inquérito sobre as investigações ao Ministério Público do Rio de Janeiro. O órgão deve agora analisar as provas colhidas pela polícia e decidir se vai mesmo processar todos os indiciados por cambismo e associação criminosa, como sugere a polícia.

Junto com o inquérito, Barucke também pediu a prisão preventiva de 11 dos 12 suspeitos. Somente o advogado José Massih, preso em São Paulo, não teve sua prisão preventiva solicitada. O delegado considerou que ele colaborou com as investigações e, portanto, não deve permanecer detido. Ele deve responder pelos crimes em liberdade.

Todos os indiciados já haviam sido presos temporariamente pela polícia. Dos 12, só dez permaneciam na cadeia. Dois já haviam sido soltos: Raymond Whelan foi libertado na madrugada de terça-feira; já Marcelo Pavão foi liberado na noite de quarta. Ambos pagaram fiança antes de serem soltos.

Operação Jules Rimet

A operação que prendeu Fofana, Whelan e outros dez suspeitos de integrar a máfia dos ingressos foi batizada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Ela é resultado investigações da polícia e Ministério Público.

Mais de cem ingressos foram apreendidos na ação, além de dinheiro e máquinas para pagamento em cartão de crédito. Os bilhetes pegos pela polícia eram reservados pela Fifa a seus patrocinadores, a clientes de pacotes de hospitalidades (camarotes) e até a membros de comissões técnicas de seleções. Dez ingressos, inclusive, eram reservados as integrantes da comissão técnica da seleção brasileira.

Segundo Polícia Civil, a quadrilha vendia ingressos por até R$ 35 mil. Com isso, lucrava até R$ 1 milhão por jogo. Na Copa, o grupo poderia faturar R$ 200 milhões.

Suspeitos presos informaram à polícia que o esquema não é novo. Ele funcionava há quatro Copas. O trabalho seria tão lucrativo que integrantes da quadrilha trabalhariam durante o torneio e depois descansariam por quatro anos até o próximo Mundial.

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