Jogadores do Brasil admitem que emocional pesou para goleada ocorrer

Gustavo Franceschini, Paulo Passos, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Belo Horizonte

O choro antes dos pênaltis contra o Chile, agora, parece um prenúncio. Como temiam psicólogos ouvidos logo depois das oitavas, o Brasil jogou pilhado demais e foi goleado diante da Alemanha em questão de minutos. Depois do 7 a 1, os próprios jogadores da seleção admitiram que o fator psicológico pesou para a eliminação do time na Copa do Mundo.

"Acho que vocês viram que tomamos muitos gols em pouco tempo. Não estávamos preparados pra isso. Aquilo ali frustrou um pouco a nossa calma, nossa serenidade. Queríamos partir para cima, conseguir nosso sonho de ir para a final. São coisas que não devem acontecer, mas aconteceram", disse Dante.

O Brasil teve um apagão dos 23 aos 29 minutos. Foram quatro gols que acabaram com qualquer chance de reação. Depois do segundo gol, o time da seleção não guardou mais posição e abriu espaços para a Alemanha definir a partida.

"Pelo meu peso como capitão eu poderia dar uma segurança maior, principalmente no momento que tivemos uma pane. Em seis minutos sofremos quatro gols. Minha função nesse momento seria dar tranquilidade", disse Thiago Silva, que não jogou por estar suspenso.

A perda de foco e concentração é justamente o que se temia da seleção depois da fragilidade demonstrada contra o Chile. Depois das oitavas, psicólogos ouvidos pelo UOL Esporte diziam justamente que o Brasil podia passar do ponto da motivação, em que a vontade de vencer é tamanha que atrapalha o trabalho em campo.

"Você tem três zonas na alta performance. Você pode estar desligado, ligado ou pode passar do ponto. A Holanda, por exemplo, entrou desligada contra o México. O Brasil passou do ponto. Quando o time começa a chorar é porque ele perdeu um pouco do controle", disse o psiquiatra Roberto Shinyashiki, em entrevista na ocasião.

Não é por acaso que a psicóloga tornou-se protagonista da delegação de forma inédita. Regina Brandão, pelo modo como abordou os jogadores e pela frequência das suas visitas, virou um alvo constante da imprensa. O resultado da última terça, porém, colocou o resultado das consultas em dúvida, e até Felipão tem dificuldade em negar o problema. 

"Não vamos arranjar desculpas. Neymar, emoção, hino... Aconteceu que a Alemanha em determinado momento impôs um ritmo maravilhoso. Aquilo, além de influenciar positivamente o time deles, influenciou negativamente a minha equipe. Foram quatro, cinco, seis minutos de transtorno. Nada a ver com hino, Neymar, caminhar com mão no ombro", disse Scolari.

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