Rival na semifinal, Alemanha sabe o que é estar na pele do Brasil

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

A Alemanha que vai enfrentar o Brasil na próxima terça por uma vaga na final da Copa do Mundo sabe bem o que está passando na cabeça dos comandados de Luiz Felipe Scolari. Forjada em 2006, atual geração germânica já viveu a pressão de uma semi diante da própria torcida, ávida por bom desempenho e um título que não vinha há algum tempo.

Do atual elenco da Alemanha, cinco jogadores de peso estavam na seleção há oito anos, quando o país sediou a Copa do Mundo. Na ocasião, Jurgen Klinsmann chegou ao torneio com uma seleção desacreditada, em reformulação, que acabou surpreendendo positivamente.

Ancorada nos veteranos Jens Lehmann, Michael Ballack e Torsten Frings, a Alemanha que sonhou com o título em casa em 2006 foi apimentada pela base do time que hoje tenta a mesma taça no Brasil. Bastian Schweinsteiger, Phillip Lahm, Per Mertesacker, Miroslav Klose e Lukas Podolski, todos peças importantes do time comandado por Joachim Low.

O próprio técnico atual era um remanescente daquele time, o primeiro fruto de uma reformulação promovida na base do futebol alemão. Low, em 2006, era assistente-técnico de Klinsmann, que hoje comanda a seleção dos Estados Unidos.

"É uma geração muito boa, que vem mesmo desde aquela Copa. Não é fácil jogar com essa pressão, todo mundo querendo que você ganhe. Tem de ter controle emocional", avalia Élber, atacante com passagem de sucesso pelo Bayern de Munique e que hoje comenta a Copa do Mundo para uma TV alemã.

Naquele ano, esperava-se um vexame da Alemanha. A juventude do time somada à falta de grandes nomes no cenário mundial formava um cenário desolador para a torcida. Em campo, porém, a equipe surpreendeu. Depois de eliminar Suécia e Argentina, a seleção da casa só parou na prorrogação das semifinais, diante da futura campeã Itália.

A derrota não foi encarada como um vexame. Pelo contrário. Terceira colocada do torneio, a Alemanha foi recebida com festa pela torcida em Berlim. Daí em diante, o time cresceria nas mãos de Low, agregaria valores à seleção e se tornaria uma das mais poderosas do planeta. Na próxima terça, o sonho da primeira Copa para Schweinsteiger, Lahm e companhia passa por vencer o anfitrião. Será que as lições de 2006 farão diferença na próxima terça, no Mineirão?

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