Klinsmann vê 'brazilian drama' e fecha olhos em bola na trave de J. César

Luis Augusto Símon

Do UOL, em São Paulo

Seleção de Futebol dos EUA
Seleção de Futebol dos EUA

Fim de prorrogação e o técnico Jurgen Klinsmann deixa a sala de imprensa do CT do São Paulo, na Barra Funda. Passa por mim e responde "drama, brazilian drama" à minha pergunta sobre como viu o jogo entre Brasil e Chile.

Foram as únicas palavras ditas em inglês durante os 30 minutos da prorrogação, que o técnico dos EUA assistiu ao lado de Berti Vogts, campeão mundial pela Alemanha em 74 e técnico de Klinsmann nas Copas de 94 e 98.

Olhos atentos ao enorme telão da sala de imprensa. Eles trocam algumas palavras em alemão. Klinsmann demostrava muito mais calma que Vogts. Olhava fixamente para o telão e se manifestou apenas três vezes: desaprovou uma falta marcada sobre Hulk, aprovou outra sobre Neymar e fechou os olhos após o chute de Pinilla acertar o travessão no finalzinho da prorrogação. Fechou os olhos, balançou a cabeça verticalmente, mas impossível notar se lamentava ou não a jogada que salvou o Brasil.

Vogts, não. Dava a impressão de querer estar em campo a todo momento. Não desapegou ainda das emoções que o futebol permite ao jogador. Quando Neymar tentou uma jogada individual, mostrou sua desaprovação. E com gestos da mão direita mostrou que a jogada certa era a troca de passes.

Os dois se retiram na hora da cobrança de penais. Ficam os jornalistas. E é impressionante como não escolhem um time para torcer. Comemoravam os gols e as defesas com a mesma intensidade. E, quando a trave definiu a classificação brasileira, houve aplausos tímidos. Nenhum lamento.

Sofrimento mesmo houve fora da área reservada aos jornalista. Lá, a médica Nuria Kajimoto e o motorista Guilherme Aprodur viam o jogo dentro de uma ambulância em uma televisão de 5 polegadas, não mais que isso. "Estamos aqui desde as oito da manhã, só saímos um pouco para almoçar", diz Nuria. "É muito sofrimento, essa seleção não dá muita confiança não", disse Guilherme.

Nuria trouxe uma camisa da seleção norte-americana e pediu ajuda conseguir a assinatura dos jogadores. Impossível. Os assessores de imprensa recusam-se até a conversar com ela. Não há exceções quando se fala em segurança. Mesmo em um dia morno como esse, havia muitos policiais no CT da Barra Funda. Quem chegou antes das 14h30, teve de se afastar do portão. Pelo menos 20 metros. Dentro do CT, muitos policiais e motocicletas.

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