Argentina e discurso 'contra tudo e todos' motivam Chile diante do Brasil

Jeremias Wernek e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Belo Horizonte

Seleção Chilena de Futebol
Seleção Chilena de Futebol

Com uma das melhores gerações de sua história, o Chile assume o discurso de estar preparado para vencer o Brasil. Além disso, conta com uma boa campanha na primeira fase e o apoio de mais de dez mil torcedores que prometem fazer barulho no Mineirão, neste sábado. Mas estes fatores parecem não ser suficientes para motivar a seleção andina no duelo decisivo contra a seleção brasileira nas oitavas de final da Copa do Mundo.

Os chilenos querem mais. Precisam de mais. Necessitam de motivação para reverter um retrospecto para lá de desfavorável em confrontos contra os brasileiros. Para isso, se inspiram até em um velho rival do continente sul-americano: a Argentina.

"Temos um grande plantel, mas, às vezes, não temos uma mentalidade vencedora. Precisamos disso. Temos que acreditar que somos grandes. Nunca temos fé diante das potências. Os chilenos precisam ter a mentalidade vencedora, como têm os argentinos, que entram em campo já com espírito de vencedor. Precisamos dessa ambição para fazer história", ressaltou o atacante Alexis Sánchez, do Barcelona, um dos craques da equipe.

E a pitada "hermana" para superar o Brasil não estará apenas na mentalidade, mas também no banco de reservas. "Cresci vendo disputas com o Brasil e agora tenho essa oportunidade. Estou acostumado com esse confronto e quero ajudar o Chile a fazer história", disse o argentino Jorge Sampaoli, técnico da seleção andina.

Outro fator que empurra o chileno é a vontade de superar um certo "complô". Para muitos, principalmente torcedores, todas as forças que cercam o Mundial preferem ver o Brasil em um confronto de quartas de final.

"A Fifa quer o Brasil classificado, a arbitragem também e todos que mandam no Mundial preferem o time da casa vencendo. Vamos acabar com isso", disse o torcedor Nelson Acosta, em um discurso repetido por quase todos os chilenos que cercavam o CT Toca da Raposa nos últimos dias.

Na última quinta-feira, Alexis Sanchez pediu cuidado com a arbitragem, dando a entender que os mandantes poderiam ser beneficiados de alguma maneira. O técnico Jorge Sampaoli não chegou a ser tão direto, mas também disse que o cenário não é favorável para sua equipe.

"Antes mesmo de entrar na Copa, eles já eram os favoritos de todos. E por motivos justos. Têm história. Precisamos lutar contra isso. Eles têm a tradição, o talento, a torcida. Tudo. Temos que ser aguerridos e valentes. Vamos nos motivar e vencer isso. E por mais que não vençamos no fim, quero ter orgulho do meu time. Quero saber que lutamos de igual para igual contra isso", frisou o treinador.

Segundo colocado no grupo B da primeira fase, o time de Sampaoli tenta ainda dar o troco no Brasil após 52 anos. Em 1962, o Chile foi eliminado pelos brasileiros dentro de casa. A motivação para devolver na mesma moeda é grande. Resta saber se a seleção de Sanchez, Vidal e Valdivia aproveitará tanta inspiração. E se os mandantes permitirão isso em pleno Mineirão.

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