Grécia ouve críticas, e técnico desabafa: "Não tenho Beethoven, toco bumbo"

José Ricardo Leite

Do UOL, em Fortaleza

Apenas quatro gols em 12 partidas na história das Copas do Mundo. Sendo que dois deles saíram na tarde de terça-feira e renderam a o feito histórico de pela primeira vez se classificar para a segunda fase do torneio. Com um futebol defensivo e de contato, a Grécia é dos times que não encantam. Teve torcida contra em seus três jogos e ouviu vaias.

O técnico, o português Fernando Santos, não cansou de ouvir perguntas ácidas sobre o pragmático futebol da equipe. Algumas vezes, demonstrou desconforto devido à quantidade de vezes que o tema foi abordado. Na segunda, antes da vitória sobre a Costa do Marfim, disse que só "quem não entende minimamente de futebol" poderia esperar outro futebol do time e afirmou que ele é eficiente ao citar o título da Euro de 2004 (que foi com outro treinador).

Após a classificação para as oitavas de final, Santos se soltou: declarou que seu time só joga dessa maneira porque não tem jogadores como Neymar ou Messi e citou a música para explicar o estilo de jogo pouco vistoso.

"Acho que as pessoas querem que a gente toque uma música erudita, mas não temos Beethoven, nem Bach nem ninguém. Temos que tocar bumbo, tocar ´bum bum bum´ com o que temos, com jogadores que têm uma vontade enorme e tocam seus instrumentos de frente, cada um tocando o seu", afirmou.

Em certo momento, ouviu uma pergunta se sua ideia era de um futebol apenas destrutivo. "Só posso rir dessa pergunta. Futebol é defesa e ataque, as duas coisas. Atacamos e fizemos dois gols."

Santos ficou amigo do técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, quando o gaúcho treinou a seleção portuguesa, entre 2003 e 2008. Moraram juntos em Cascais, próximo a Lisboa, e se falam constantemente.

Ao comemorar a vaga para as oitavas, ele fez questão de dizer uma frase que aprendeu com o brasileiro. "Agora é mata mata, como diz o Felipão. Ele me disse isso, de mata mata. Agora é assim (contra a Costa Rica)", disse o técnico.

Depois, comentou que ainda precisa se encontrar com o o colega. "Muito bom o convívio, vivi em Cascais com ele e éramos amigos de lá. Sempre estamos juntos e conversamos muito. Há três, quatro meses atrás nos encontramos em um congresso e nós sempre rimos muito. Acho que ele faz muita piada e preciso até encontrá-lo para bater um papo. Falamos sobre tudo, mas o que nós gostamos é de falar de coisas que me façam rir".

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