Nada como um dia após o outro. Depois da tensão antes de uma partida em que poderia ser eliminado, agora é só festa e brincadeiras. Foi assim que o técnico da Grécia, o português Fernando Santos, apareceu para a coletiva após a vitória por 2 a 1 sobre a Costa do Marfim, nos acréscimos, e ver o time se classificar para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2010.

Na segunda, Santos discutiu com um jornalista, ficou irritado e deu várias respostas atravessadas. Quando perguntado se dormiria tenso por uma possível eliminação, respondeu que apenas fumaria seu "cigarrinho" tranquilamente.

Nesta terça, questionado sobre o que faria para comemorar a vitória e sobre a noite anterior, respondeu. "Na verdade não fumei só um cigarrinho ontem. Tinha um helicóptero em cima do hotel que não me deixava dormir. Acho que estavam comemorando a vitória do Brasil. Por isso fumei uns três ou quatro cigarrinhos", falou.

"Já fumei dois agora. Mas (comemorarei) com cervejinha. Umas três ou quato cervejinhas e conversas com os amigos. E também uns cigarrinhos, é, claro", continuou. "É claro que os jogadores também vão celebrar e comemorar porque eles merecem."

O português disse que o feito de levar a Grécia pela primeira vez a uma fase final de Mundial foi tão especial como um título. "Foi como alguns dos títulos especiais que ganhei, como o Campeonato Português de 1998 com o Porto."

A Grécia avançou como segunda colocada do Grupo C e agora enfrentará a Costa Rica nas oitavas de final.

Irritação na terça

Na segunda-feira, Santos havia reagido grosseiramente a várias perguntas. Logo na primeira pergunta, foi questionado sobre o que mudar em um time que não fez gols até agora no torneio e não vem apresentando o futebol. "Vocês falam muito do passado. Passado é passado, nós temos é que fazer gol", rebateu.

Depois, ouviu sobre como encara a ausência do capitão Katsouranis, que está suspenso. "Sempre falamos de coisas ruins. Vamos parar com essa carga negativa de quem não joga, do ruim que aconteceu", respondeu, visivelmente mal humorado.

O técnico português então foi perguntado sobre o estilo de futebol grego, marcado por um jogo forte defensivamente e que marca poucos gols, e o que faria para melhorar a ofensividade de sua equipe no jogo de sábado, contra a Costa do Marfim.

"Só quem não entende minimamente de futebol pode falar uma coisa dessas. Parece estranho, mas cada equipe tem sua forma de jogar de dois, três, quatro anos. Como vou mudar isso em dois jogos? Não se muda essas coisas assim. Se a maneira de jogar da Grécia não funcionasse, não estaríamos aqui", continuou.

Na última pergunta, um jornalista grego perguntou como ele faria para acompanhar a partida entre Japão e Colômbia, que jogam no mesmo horário que Grécia e Costa do Marfim, na terça. Os gregos dependem de um tropeço do Japão para conseguirem a classificação caso vençam.

Santos então ficou furioso ao ouvir a pergunta pelo sistema de tradução do fone. "Não é possível essa pergunta, não pode ser verdade. Deve ter havido algum problema na tradução", falou, para depois tirar o fone.

O assessor de imprensa então explicou a pergunt do jornalista grego ao técnico, que começou a discutir com o jornalista. "A pergunta é se vou ver o jogo do Japão, é isso que você quer saber? Esqueçam o Japão, esqueça o Japão. Se alguém quer ver o Japão é vocês, a mim não interessa nada", falou.