Federação chilena quer barrar invasores do Maracanã dos estádios do Chile

Jeremias Wernek

Do UOL, em Belo Horizonte

O presidente da federação chilena de futebol anunciou medidas práticas e imediatas ao falar sobre o episódio ocorrido na quarta-feira (18), em que centenas de torcedores de seu país invadiram a força o estádio do Maracanã na tentativa de acompanhar o confronto em que o Chile acabou vencendo e eliminando a Espanha da Copa do Mundo.

Sergio Jadue afirmou em entrevista coletiva concedida nesta quinta, em Belo Horizonte, que já pediu à embaixada chilena no Brasil a lista dos 85 nomes de torcedores chilenos que acabaram detidos após a tentativa para proibi-los de acompanhar qualquer jogo disputado nos campeonatos oficiais do Chile. Vai ser preciso, porém, estudar a legislação para se colocar o veto dos torcedores aos estádios.

"O que os 85 torcedores fizeram nós condenamos profundamente, eles erraram muito. O que os torcedores fizeram no Maracanã é condenável ao extremo. Pedi logo cedo aos colegas, ao secretário executivo, que olhem nossa legislação e que nós possamos aplicar o direito de admissão e proibir estas pessoas que se dizem torcedores de assistam os jogos do nosso campeonato, de jogos de nossa seleção e de qualquer outra equipe nacional", declarou Jadou.

O fato da invasão já ser o segundo episódio em que os torcedores chilenos romperam as normas de segurança da Copa do Mundo (o primeiro ocorreu na Arena Pantanal, com torcedores portando rojões) preocupa muito Sergio Jadou.

"Primeiro temos que separar as justiças, a ordinária e a desportiva. A Justiça ordinária quem precisa cuidar é a embaixada. Conhecendo a Fifa já imagino que vamos ter que responder a um expediente disciplinar. E vamos nos defender conforme a imputação. Mas no futebol nós não queremos gente que faça isto. Não queremos nunca mais. E por isto estamos estudando aplicar o direito de admissão em esses torcedores negativos, que fogem da característica do nossos torcedores", reforçou o dirigente, que ressaltou o fato de que a federação e a seleção chilenas não poderem ser responsabilizadas pela atitude de torcedores que foram ao Maracanã sem ingressos para cometer a infração.

Classificando os invasores como uma "minoria" dentro do grupo de milhares de torcedores que invadiram a Arena Cuiabá e o Maracanã, Sergio Jadou não esqueceu de exaltar a maior parte da massa chilena.

Parte dessa minoria, inclusive, conseguiu ser bem-sucedida na tentativa da invasão. Um torcedor, em depoimento ao UOL Esporte, explicou como conseguiu se livrar dos seguranças para conseguir assistir ao jogo das arquibancadas do Maracanã.

Entenda o caso

Cerca de uma hora antes da partida entre Chile e Espanha, no Maracanã, que teve início às 16h, torcedores sem ingresso derrubaram as grades do Portão C do estádio e invadiram o local sem permissão.

Um grupo invadiu a sala de imprensa do Maracanã, onde derrubaram uma divisória erguida para isolar o acesso à área interna. Uma torcedora com camisa do Chile machucou o braço quando um vidro foi quebrado. Depois, alguns dos invasores foram pegos por seguranças e colocados sentados em um canto do corredor do estádio.

Parte dos invasores conseguiu assistir ao jogo nas arquibancadas do Maracanã. Os que foram pegos pela segurança do estádio acabaram detidos. Todos eles têm 72 horas para deixar o país. Quem não cumprir, pode ser deportado. Além disso, os 85 torcedores detidos não poderão retornar ao Brasil durante o período da Copa do Mundo, conforme determinou a Polícia Federal brasileira em documento emitido nesta quinta.

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