Tradição muçulmana pode afetar Yaya Touré e Benzema na Copa; saiba como
Do UOL, em São Paulo
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Yaya Touré, volante de Costa do Marfim
O Ramadã, nono mês do calendário islâmico e que exige oração e jejum do nascer ao pôr-do-sol começa pela primeira vez desde 1986 em meio à Copa do Mundo – coincidirá com as oitavas de final, já que tem início no dia 28 de junho.
E isso pode influenciar diversos jogadores durante a Copa, como os astros Yaya Youré, Edin Dzeko e Karim Benzema, já que eles seguem a religião muçulmana - e também seleções como a Argélia e Irã, com quase sua totalidade formada por muçulmanos.
Os muçulmanos não podem comer ou beber enquanto durante a luz do dia. O calendário aponta o solstício em 21 de junho, e o dia na época do Ramadã, no Brasil, estará um pouco mais curto que a noite, o que faz com que o período de jejum dos jogadores seja menor que o habitual no hemisfério norte.
Isso não poderia prejudicar o desempenho dos atletas? Em entrevista ao UOL Esporte, em dezembro de 2013, o Sheikh Juma Momade, enviado do Ministério de Assuntos Islâmicos do Kuait e membro do Centro de Divulgação do Islã para a América Latina, disse que não.
"O jejum proporciona saúde ao corpo e ao espírito e pode ajudar o jogador a fazer uma boa partida. Temos vários exemplos de atletas, em vários clubes europeus, que cumprem o jejum no Ramadã e continuam jogando bem", disse.
Yaya Touré declarou, em 2013, para jornais ingleses, que ele só se acostuma após os cinco primeiros dias. "É preciso disciplina. Para mim, os cinco primeiros dias são os mais difíceis, mas depois disso o corpo começa a se adaptar e você se sente bem. Acho que é fantástico como o Ramadã pode fazer seu corpo mais forte."
Agora, é esperar para vermos quais seleções estarão vivas na Copa após o dia 28 de junho e prestar atenção será que alguma que conta com jogadores muçulmanos será prejudicada, ou mesmo contará com uma melhora de quem jejuar?