Desde o último domingo, quando os treinos se tornaram oficiais, a Fifa tem batido cartão na Granja Comary para cobrir a seleção. Por meio de seu site, a entidade acompanha o dia-a-dia do Brasil e dos outros 31 times da Copa do Mundo. Só que, dona do espetáculo, ela tem alguns privilégios nesse processo.

A Fifa foi pela primeira vez a Teresópolis no último domingo. Os emissários da entidade passaram o dia com os jogadores explicando regras do torneio e tirando fotos para as credenciais de cada um deles. Quando os oficiais saíram, ficaram apenas um repórter, um câmera e um auxiliar de filmagem, que acompanharão de perto a rotina de Neymar e companhia.

O site da entidade, que normalmente já produz conteúdo em grande quantidade, intensificou a sua produção na Copa. Todo dia, a Fifa publicará em sua página conversas exclusivas com jogadores da seleção brasileira, algo que nem a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão, consegue.

Como organizadora da Copa, a Fifa recebe alguns privilégios. Na Granja Comary, por exemplo, a Fifa tem a vantagem de poder falar sozinha com os entrevistados do dia, que são selecionados pela CBF. Na última terça, por exemplo, Ramires e Luiz Gustavo foram aos microfones.

Enquanto o ex-cruzeirense atendia a dezenas de jornalistas em uma sala, o repórter da Fifa conversava com Luiiz Gustavo de maneira isolada, protegido por uma espécie de biombo que fica exatamente atrás do palanque onde ficam os entrevistados. Quando Ramires parou de falar com a imprensa mundial e ficou livre, foi ele quem atendeu o repórter.

O acesso privilegiado vai mais longe. Os jornalistas da Fifa também podem ficar em um posicionamento especial durante os treinos, mais próximo dos gramados e distante dos veículos de mídia convencionais. Do mesmo local, a CBF TV produz seus vídeos especiais para o site oficial da seleção brasileira.

Ao longo da competição, a equipe de Fifa também poderá acompanhar os deslocamentos da seleção. Na última terça, por exemplo, os repórteres puderam viajar no avião que levou o time brasileiro a São Paulo, onde ocorrerá a abertura do Mundial.

A reportagem do UOL Esporte tentou conversar com o jornalista que está na Granja Comary a serviço da Fifa, mas a entidade não autoriza que seus profissionais deem entrevistas.

A cobertura da Copa do Mundo para o site já existe na Fifa desde a última Copa do Mundo, mas em 2010 ela não teve tanta facilidade com o Brasil. Extremamente preocupado com o acesso da mídia aos jogadores, Dunga vetou até as entrevistas da Fifa, que teve o mesmo tratamento dado aos jornalistas de veículos tradicionais.