Barranquilla, cidade de 1,1 milhão de habitantes, fica mil quilômetros ao norte de Bogotá. É chamada de "capital da seleção colombiana". De lá, 12 amigos comerciantes e participantes de um clube de ciclismo – categoria sênior – planejaram a viagem de 20 mil km até o Brasil para incentivar a seleção.

Saíram no dia 23 de maio e chegaram dia 10, dois dias antes da estreia. E a aventura vai continuar. "Vamos fazer toda a primeira fase de bicicleta. Estaremos em Belo Horizonte, Brasília e Cuiabá", diz Arturo Campos, de 75 anos, o mais velho do grupo. Os outros variam de 45 a 55 anos.

Relutante no início, Campos foi muito incentivado pelos outros companheiros a participar da viagem. "Eles me ajudaram bastante. Quando eu cansava, vinham me ajudar." O apoio foi importante para que ele, o elo mais fraco, não desistisse. "A gente viajava pelo menos 150 quilômetros por dia e depois tomava o ônibus para viajar à noite. Assim que entrava no ônibus, eu já dormia para me recuperar. Não conversava muito não".

Do lado de fora do Centro de Treinamento de Cotia, os 12 eram os mais animados entre 40 torcedores que imploravam – sem sucesso – para entrar e ver os treinos. Faziam um barulho enorme, com direito a bumbo e buzinas. Jorge Aguiar, um dos ciclistas, não se cansava de levantar a bicicleta acima do muro, para que alguém visse e se interessasse pelos 12 "pedaladores".

No lado de dentro, muitos jornalistas esperavam que Jorge Bermudez, um dos grandes zagueiros do Boca e da seleção colombiana, encerrasse seu trabalho como jornalista da ESPN argentina e falasse com eles.

Bermudez foi muito simpático. Falou com todos. Muito articulado, pediu ousadia ao time. "Colômbia pode ir tão longe quanto seu futebol lhe permita e sua ousadia lhe empurra. Está em uma Copa do Mundo depois de 16 anos e não pode se inibir."

Ele fez uma rápida análise dos adversários. "Grécia fez suas últimas 24 partidas no 4-3-3 que se transforma em 4-5-1 ou 4-1-3-2. É um time que pode nos atacar e que, quando atacado por nós, pode se defender muito bem. Costa do Marfim é uma equipe muito forte fisicamente, com boa técnica, e o Japão é muito mais rápido".

E a Colômbia? "Temos um treinador muito bom que colocará o time no ataque, mas que não terá nenhum prurido em buscar uma formação defensiva se for necessário. A primeira fase é feita para se buscar a classificação, não interessa se com vitória ou empate. Depois, é mata mata e o assunto fica diferente".

Bermudez vê o Brasil muito forte. "Uma defesa muito sólida, espetacular. Tem Neymar e Fred, que é um atacante forte e decisivo. Como sul-americano, torço muito para o Brasil, menos quando enfrentar a Colômbia", afirmou.

Veja o vídeo dos colombianos: