Em último domingo pré-Copa, Itaquerão tem política, briga e água a R$ 6

Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

  • Friedemann Vogel/Getty Images

    01. jun. 2014 - Itaquerão é visto em imagem panorâmica durante Corinthians e Botafogo

    01. jun. 2014 - Itaquerão é visto em imagem panorâmica durante Corinthians e Botafogo

O último domingo do Itaquerão antes da abertura da Copa do Mundo teve discurso de políticos, retoques finais, vendedores ambulantes, ensaio da festa de abertura e até um briga por causa de credencial.

Do lado de fora do estádio, a reportagem presenciou uma discussão entre dois homens por causa de uma credencial. De repente, um deles tentou arrancar do pescoço do outro a credencial. A briga parou quando o homem que partiu para cima do outro percebeu a presença da reportagem.

Mostrando um dedo sangrando, o segurança Tiago Ferreira dos Santos, disse que o dono de uma empresa de segurança quis tomar sua credencial porque ele trabalhará para outra firma. O responsável pelo ferimento entrou no carro e partiu sem querer falar com a reportagem.

A pouco metros dali, num palanque apertado, o governador Geraldo Alckmin, a vice-prefeita Nádia Campeão, secretários, vereadores, deputados, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, a ex-presidente corintiana, Marlene Matheus, participavam de um evento político do lado de fora do Itaquerão. Era a entrega do Complexo Viário do Polo de Itaquera.

"Zona Leste, sim, casa do Corinthians. A zona leste é a cara do Corinthians. Nós queríamos que o nosso estádio fosse na Zona Leste, porque aqui é a nossa gente, um orgulho nosso. Vai Corinthians", discursou o presidente corintiano antes de cometer uma pequena gafe. Ele se esqueceu de cumprimentar o governador do Estado, mas foi alertado, voltou, pediu desculpas e estendeu a mão para Alckmin.

Por sua vez, o governador disse que o estádio é a obra do século. Nádia Campeão também discursou. "Abrimos a semana em que começa a Copa do Mundo com tudo que São Paulo pode apresentar", disse ela, em plena greve dos metroviários. A estação de Itaquera do Metrô não estava funcionando enquanto ela discursava. Quem usou o transporte público para ir neste domingo ao estádio, local de entrega de credenciais para jornalistas, precisou combinar metrô e trem.

Ainda do lado externo da arena, o morador da Zona Leste mostrou que começa a interagir com a nova obra. Alguns aproveitaram o domingo de sol para caminhar e pedalar em volta do estádio. Muitos, inclusive estrangeiros, tiravam fotos com a arena ao fundo, numa demonstração de que a casa corintiana deve virar um dos cartões postais da cidade.

E o palco da abertura da Copa na próxima quinta ainda recebia retoques. A Fifa instalava placas com sua marca. Mas um grande painel da entidade e uma tela que cobre as estruturas metálicas de uma das arquibancadas provisórias já estavam instalados.

O entorno do estádio também tinha ambulantes que vendiam água e até uma garrafinha com a marca da Fifa, que combate ferozmente a pirataria.

Dentro do estádio, poucos jornalistas trabalhando. Eles já sentiram no bolso o padrão Fifa de preços. Uma água é vendida a R$ 6 no centro de imprensa, mesmo valor do salgado. "Vê se dá pra comer a coxinha. Ela ficou demais no forno e ressecou. Não vou cobrar", dizia, constrangida uma das vendedoras da lanchonete que serve a imprensa.

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