Mesmo investigado, Blatter se cala sobre acusação de corrupção na Copa-2022
Rodrigo Mattos
Do UOL, em Zurique (Suíça)
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se recusou a falar sobre as acusações de corrupção em relação à escolha do Qatar como sede da Copa-2022. Alegou que tudo está sendo investigado pelo Comitê de Ética da entidade e só vai se pronunciar quando este processo acabar.
"Não quero comentar até que seja concluída a investigação", afirmou o dirigente. "Estou feliz que tenhamos o comitê de ética independente. Não vou fazer comentário."
Sua recusa em falar deixou um repórter do Daily Telegraph, jornal inglês que publicou acusações de corrupção, no vácuo. O repórter insistiu para obter uma resposta até o final da entrevista coletiva do dirigente. Mas Blatter deixou claro que não falaria do assunto e pediu que o jornalista respeitasse as regras.
"Eu sou também parte da imprensa. Sou Associado da IAPS (associação jornalista) Eu aceito as regras na coletiva. 99% dos presidentes da Fifa aceita as regras", afirmou o dirigente. O porta-voz da Fifa, Walter de Gregorio, pediu que o repórter parasse de fazer perguntas.
Pouco antes da reunião do Comitê Executivo da Fifa, o Daily Telegraph publicou que o ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, recebeu US$ 2 milhões para votar no Qatar como sede da Copa-2022. Há uma investigação no Comitê de Ética da Fifa, tocada pelo ex-membro do FBI, Micheal Garcia. Segundo a federação internacional, todos os membros do comitê executivo que participaram da votação serão interrogados.