Nelsinho Baptista vê Japão como uma das forças da Copa. Saiba por quê

Ricardo Espina

Do UOL, em Barueri (SP)

26/01/201406h00

Primeira seleção a se classificar em campo para a Copa do Mundo-2014, o Japão tenta ir além de uma participação discreta no Mundial. Nelsinho Baptista, treinador com pelo menos oito anos de experiência no futebol japonês, vê a seleção asiática em condições de fazer um bom papel em gramados brasileiros e surpreender.

Até aqui, os japoneses participaram de quatro Copas. O melhor resultado da seleção foi o nono lugar alcançado em 2002 (quando sediou o Mundial ao lado da Coreia do Sul) e em 2010. Nas outras duas presenças na competição, a equipe teve um desempenho ruim: foi a 31ª em 1998 (quando se classificou pela primeira vez à Copa) e 28ª em 2006.

Para Nelsinho, treinador do Kashiwa Reysol desde 2009, o Japão reúne atributos que permitem sonhar com um desempenho consistente na Copa. "A seleção tem muita qualidade técnica e uma base que joga junto há muito tempo. O grupo é equilibrado e mescla jogadores experientes, que atuam em clubes importantes da Europa, e jovens promissores", analisou.

Na Copa das Confederações, no ano passado, o Japão foi eliminado ainda na primeira fase e perdeu seus três jogos. Na estreia, a equipe perdeu por 3 a 0 para o Brasil, mas criou muitas dificuldades para Itália (4 a 3) e México (2 a 1). Nelsinho acha que os japoneses aproveitaram as lições e podem, enfim, ter um papel destacado na Copa.

"O Japão está bem preparado para enfrentar rivais qualificados, como se viu na Copa das Confederações. Disputar este torneio trouxe mais experiência ao grupo, que evoluiu para o Mundial", afirmou.

O treinador acredita que os japoneses têm boas chances de passar para a segunda fase do Mundial. Nelsinho considerou "equilibrada" a chave com Costa do Marfim ("uma seleção baseada na força física"), Grécia ("aplicada na marcação) e Colômbia. ("uma equipe bastante técnica").

Para reduzir a possibilidade de resultados ruins no Mundial, Nelsinho faz alguns alertas à seleção asiática. "O Japão tem qualidade acima da média, mas precisa ter mais regularidade. Eles pecam um pouco na hora da decisão. Se mantiverem o equilíbrio, podem fazer um bom papel", concluiu.