Contra Chile, Brasil fecha o ano e tenta apagar vaias no Mineirão
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Miami (EUA)
O Brasil que começou o ano em baixa e desacreditado encerrará 2013 distribuindo goleadas como favorito à Copa do Mundo. Para a última partida da temporada, poucos adversários seriam mais simbólicos que o Chile. Adversário da seleção nesta terça, em Toronto, às 23h (horário de Brasília), a seleção de Alexis Sanchez, Vargas e Valdivia impôs à atual geração verde-amarela a sua vaia mais significativa, no primeiro semestre, diante de um Mineirão lotado e indignado após um empate por 2 a 2.
No cenário atual, o jogo parece ter acontecido há uma eternidade para uma seleção que ganhou a Copa das Confederações diante da poderosa Espanha e está em uma série de cinco vitórias seguidas, com 18 gols marcados e só um sofrido. Em abril, porém, o cenário era bastante diferente.
A festa marcada para o Mineirão servia para a seleção visitar, pela primeira vez, um membro da nova geração de estádios para 2014. Fora da data Fifa, Luiz Felipe Scolari convocou só jogadores que atuavam no Brasil e viu seus comandados empatarem por 2 a 2, com direito a vaias para todo o time, especialmente Neymar.
O nariz torcido para o atacante, à época ainda no Santos, se devia ao retrospecto ruim da seleção desde 2010. O tabu contra equipes grandes e os fracassos na Copa América e nos Jogos Olímpicos deixavam a atual geração em xeque. A atuação, a vaia, o palco e a proximidade da Copa das Confederações levantaram um enorme ponto de interrogação para a seleção.
O time que encarou o Chile meses atrás é bem diferente do atual, e só dois jogadores estarão nas duas partidas. O problema é que a dupla que estava no empate marcante é justamente a mais importante da seleção, Neymar e Paulinho, principais jogadores, ao lado de Fred, na conquista da Copa das Confederações. A seleção evita, no entanto, dar ao jogo mais importância do que o necessário.
"Não vejo por esse lado não. É mais uma oportunidade de mostrar nosso futebol. Empatamos no Mineirão e agora é mais uma oportunidade de enfrentá-los. Seria importantíssimo terminar o ano com uma grande vitória. A gente tem carinho muito grande pelo torcedor e pelo povo brasileiro. Ele vaia e aplaude", disse Paulinho.
Neymar
"O jogo com o Chile não tinha ninguém, tinham dois ou três de hoje em campo. Temos de ver que o sistema tático deles é muito bem organizado. Nos últimos dois ou três jogos, eles empataram com a Espanha e venceram . É um time em ascensão, que joga muito bem", disse Felipão, apontando o caminho que quer que seus jogadores sigam.
O momento do Chile, de fato, é admirável. Já classificado para a Copa do Mundo, o time já havia surpreendido ao empatar com a Espanha fora de casa, e na última sexta bateu a Inglaterra em Wembley por 2 a 0. Por isso, além de afastar de vez um fantasma recente, o Brasil conseguiria, mais uma vez, provar sua força a caminho da Copa do Mundo.
Por isso, o treinador deve colocar em campo o que tem de melhor à disposição. Júlio César e Thiago Silva voltam depois de assistirem a goleada sobre Honduras, do último sábado, do banco de reservas. No ataque, Felipão prometeu uma nova mudança, e pode promover o retorno de Hulk ao time titular, até pela consistência defensiva que o atacante do Zenit agrega à equipe.
Do outro lado, o respeito pela seleção é uma constante, a despeito do ótimo momento da seleção chilena. A boa fase, porém, faz os jogadores da seleção acreditarem em uma surpresa no Canadá.
"O Brasil é a melhor equipe do mundo agora, mas ainda falta muito tempo para a Copa do Mundo", disse Jorge Sampaoli, técnico da equipe, em entrevista ao jornal "La Tercera".
BRASIL X CHILE
Local: Rogers Centre, Toronto (Canadá)
Horário: 23h (horário de Brasília)
BRASIL:
Júlio César, Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Jô e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHILE:
Bravo, Jara, Gonzalez, Medel e Mena; Díaz, Carmona e Gutierrez; Vargas, Alexis e Beausejour
Técnico: Jorge Sampaoli